Ocupação reúne música, tecnologia e artes plásticas

Em cartaz na Cidade Universitária de 1º a 26 de abril, “Sons de Silício” desafia os limites da sonoridade

 01/04/2019 - Publicado há 6 anos
Por
Shows e performances musicais serão realizados ao longo do período da exposição – Fotos: Cecília Bastos/USP Imagens

.
Desta segunda-feira, dia 1º, até 26 de abril, o Espaço das Artes da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP recebe a ocupação
Sons de Silício. A exposição traz cerca de 20 instalações que exploram os limites do que tradicionalmente é reconhecido como som, estimulando efeitos inusitados através do uso da tecnologia. Ela é coordenada pelo Grupo de Práticas Interativas (GPI) do Núcleo de Pesquisas em Sonologia, sediado no Departamento de Música da ECA.

O musicista Júlian Jaramillo, um dos curadores da mostra, explica que todas as obras expostas são objetos que produzem ou “escutam” sons, criando novos dispositivos a partir dessas possibilidades de interação. “Além disso, também há obras que são espécies de sistemas, que transformam outros dados em som”, completa.

Um exemplo deste último caso é a instalação Buzu (2019), de autoria do próprio Júlian Jaramillo, com Esteban Viveros e Fernando Iazzetta. Nela, informações a respeito do sistema de ônibus de São Paulo são transformadas em áudio, convidando o visitante a usar a audição para entender como funciona esse importante componente da vida urbana. A obra foi feita usando dados públicos da SP Trans – a autarquia responsável pela gestão do transporte público por ônibus na capital paulista – e em parceria com o projeto Interscity, que desenvolve pesquisas sobre cidades inteligentes..

Os artistas Júlian Jaramillo e Esteban Viveros mostram parte da obra Buzu, que transforma em música dados sobre o sistema de ônibus paulistano – Fotos: Cecília Bastos/USP Imagens

.As parcerias, inclusive, foram um fator importante para o desenvolvimento de Sons de Silício, já que uma das propostas também é cruzar a sonologia com diferentes áreas de conhecimento. Por isso, algumas obras tiveram ajuda de colaboradores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), do Instituto de Matemática e Estatística (IME), da Escola Politécnica e até de ex-alunos e pessoas que não são ligadas à USP.

A obra R Scuti, de autoria do grupo de pesquisa Realidades, emite representações visuais e sonoras de dados astronômicos – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Para Jaramillo, que além de curador da ocupação é pós-doutorando do Departamento de Música da ECA, a exposição também é importante justamente por ser uma forma de ilustrar ao público parte da produção científica da Universidade. “São obras de um artista, mas também o resultado de pesquisas em andamento, por vezes financiadas com dinheiro público”, diz ele. “As pessoas se perguntam: ‘O que fazem as pessoas na USP?’ e, se tentam ler um artigo científico, não conseguem compreender. A exposição busca também dar resposta a esse questionamento social.”

Durante a ocupação, serão realizadas performances e oficinas, também no Espaço das Artes. As performances, com diferentes grupos e artistas, ocorrem nos dias 1º, 4, 8 e 22 de abril, sempre às 18 horas. Já as oficinas acontecem nos dias 8, 12, 23 e 26 de abril, às 10 horas. Sons de Silício faz parte da 15ª edição da série ¿Música?, promovida desde 2005 pelo Núcleo de Pesquisas em Sonologia.

Sons de Silício fica em cartaz de 1º a 26 de abril de 2019, de segunda a sexta-feira, das 12 às 20 horas, no Espaço das Artes da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP (Rua da Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária, em São Paulo). Entrada grátis. A programação completa do evento está disponível no site da ocupação.


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.