Educação básica e moradia popular são problemas para Ribeirão Preto

Temas integram o Eixo 3, que trata de políticas sociais do Plano de Cidade, e, segundo especialistas, precisam de intervenções como uma mais efetiva contribuição da Universidade para melhorar o ensino escolar

 09/10/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 13/10/2020 as 14:02
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A desigualdade na qualidade do ensino fundamental e a falta de habitação popular para 42 mil pessoas, que moram em favelas em Ribeirão Preto, foram problemas graves apontados nas discussões do Eixo 3 do Plano de Cidade, documento que traça estratégias e propõe metas de ação para a cidade de Ribeirão Preto para os próximos dez anos. O Plano de Cidade foi elaborado pelo Instituto Ribeirão 2030, com a colaboração de 27 instituições da sociedade civil, incluindo a USP. Esta é a quarta reportagem que o Jornal da USP No Ar, Edição Regional, traz sobre o Plano de Cidade.

O objetivo desse terceiro eixo é ampliar o olhar e compreender a cidade em sua totalidade, todas as suas regiões e frações sociais. “Trata de temas que, diretamente, interferem na mudança de indicadores como: a questão da primeira infância; da educação; da pobreza; do aspecto da saúde e sua amplitude, desde o atendimento de base até a saúde mental; a questão da moradia e da população em situação de rua; da segurança, etc.”, conta Adriana Silva, superintendente do Instituto Ribeirão 2030.

Elaborado com a colaboração de 27 instituições da sociedade civil, a educação foi a porta de entrada da USP como colaboradora do documento, através de seus docentes, pesquisadores e especialistas. O professor Mozart Neves Ramos, presidente da Cátedra Sérgio Ferreira, do Instituto de Estudos Avançados, polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP, contribuiu para o plano, apontando, como o grande desafio do município na educação, o alavancar dos índices de aprendizagem escolares. “Alguma coisa precisa ser feita para que os indicadores educacionais possam efetivamente ser melhorados nos exames do Ideb e precisamos reduzir as desigualdades educacionais dentro da rede escolar. A escola que tem melhor desempenho deve ajudar as escolas que têm maior dificuldade. E a Universidade tem obrigação de contribuir na melhoria do ensino, ela precisa chegar no chão da escola e ver o que precisa ser feito.” 

Outra área crítica, ao lado da educação, é a moradia. Para o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional de Ribeirão Preto, Douglas Marques, o cenário habitacional da cidade é grave. Marques chama a atenção para a importância de Plano Municipal de Habitação. “Ribeirão Preto tem mais de 80 favelas; são aproximadamente 42 mil pessoas morando em condições degradantes, sofrendo principalmente com a falta de saneamento básico e a tendência é aumentar devido à crise financeira provocada pela pandemia.”

Desde segunda-feira, 5 de outubro, o Jornal da USP vem apresentando uma série de reportagens para explicar o que é o Plano de Cidade, trazendo seus quatro principais eixos temáticos: Eixo 1 – Modernização da Gestão; Eixo 2 – Desenvolvimento Econômico; Eixo 3 – Políticas Sociais; e Eixo 4 – Políticas Urbanas e Ambientais, tema da última reportagem que  encerra a série.

Ouça no player acima a quarta reportagem sobre o Plano de Cidade com entrevistas de  Adriana Silva, Mozart Neves Ramos e Douglas Marques. A primeira  reportagem, que traz em linhas gerais o que é o Plano de Cidade, pode ser ouvida aqui. A segunda reportagem, que trata da modernização da gestão administrativa da cidade, pode ser ouvida aqui. E a terceira reportagem pode ser acessada aqui.

 


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