Pesquisadores da USP participam de projeto que criou o Plano de Cidade para Ribeirão Preto

Documento com a virtude de guiar qualquer candidato político a prefeito ou vereador, o plano reúne contribuições de diversos especialistas para melhorar qualidade de vida da cidade pelos próximos dez anos, com base nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU

 06/10/2020 - Publicado há 4 anos
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Um diagnóstico sobre os problemas de Ribeirão Preto em todas as áreas, desde a gestão pública até a questão ambiental, e que vai além ao apresentar metas para que a vida do cidadão melhore, paulatinamente, nos próximos dez anos. Esse é o Plano de Cidade, elaborado pelo Instituto Ribeirão 2030, que teve a participação de 27 instituições da sociedade civil, incluindo a USP.

O Plano de Cidade foi dividido em quatro eixos de atuação e teve como base os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Os eixos são: Eixo 1 – Modernização da Gestão; Eixo 2 – Desenvolvimento Econômico; Eixo 3 – Políticas Sociais; Eixo 4 – Políticas Urbanas e Ambientais. Cada eixo tem uma série de objetivos a serem alcançados com metas estabelecidas e que se “conversam”, perfazendo um total de 30 metas. 

Vista parcial de Ribeirão Preto – Foto: MateusZF Mateus Záccaro via Wikimedia Commons/CC BY-SA 2.0

O documento segue os princípios de uma cidade criativa, educadora, inteligente, sustentável e humana. Para isso, foram feitas mais de 100 entrevistas que resultaram em 181 estratégias que ajudam a nortear os gestores públicos na adoção de políticas assertivas. O documento também apresenta 293 ações com objetivos e prazos determinados. 

A jornalista Adriana Silva, superintendente do Instituto Ribeirão 2030, diz que o Plano de Cidade é importante porque agrega a sociedade civil em torno de um estudo que propõe a melhoria da cidade em todos os seus aspectos e de forma voluntária. “O plano é importante também porque, à medida em que organiza essas metas a partir de indicadores, relatórios, de números faz o leitor vir numa caminhada que vai trazendo a cidade até os dias de hoje. Há uma narrativa, para quem ler o documento se informar sobre a cidade; e o melhor jeito de propor soluções é conhecer a cidade.” Ela lembra ainda que o Plano de Cidade tem a virtude de ser um guia para qualquer candidato político a prefeito ou vereador, independentemente de qualquer tendência política.

Entre as várias instituições que foram convidadas a participar das discussões e elaboração do Plano de Cidade está a USP. Com vários especialistas em diversas áreas que já contribuem com seus conhecimentos em setores específicos, a USP também ajudou a construir o documento. E a porta de entrada foi a educação, através do professor Mozart Neves Ramos, que é presidente da Cátedra Sérgio Ferreira, do Instituto de Estudos Avançados (IEA-RP), Polo Ribeirão Preto. 

O coordenador do IEA-RP, o professor Antônio José da Costa Filho, do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, diz que o Plano de Cidade aponta para estratégias que a USP já adotou, como a internacionalização e a interface da Universidade com a cidade. Por sua vez, o professor aposentado da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP e um dos coordenadores do Instituto Ribeirão 2030, José Moacir Marin, conta que a base de informações do Plano de Cidade é composta de informações disponibilizadas por diversos órgãos como IBGE, Ministérios, como os da Economia, Saúde, Educação e órgãos públicos federais, estaduais e municipais, entre outros. “A ideia do plano surgiu com a elaboração de um documento sobre Ribeirão Preto feito no ano passado. Buscamos ampliar esse estudo para a criação do Plano de Cidade e fomos nos inspirar também em outros exemplos como o documento Recife 500 Anos, elaborado pela cidade do Recife”, conclui.

Ouça a entrevista completa de Adriana Silva, Antônio José da Costa Filho e José Moacir Marin no player acima.


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