Os veículos autônomos devem receber atualizações periódicas para assegurar a segurança diante de possíveis ataques cibernéticos maliciosos, que podem alterar o controle de velocidade do automóvel, por exemplo. Falhas podem ser exploradas à medida que o sistemas eletrônicos assumem mais controle do veículo.
“Qualquer coisa que tenha algum poder computacional e com a possibilidade de comunicação entre veículos, ou com algo que esteja na estrada, por exemplo, tem que ser projetada para não ser enganada”, afirma Marcos Simplicio, professor do departamento de Engenharia da Computação da Escola Politécnica (Poli) da USP, pesquisador do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (LARC) e membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição.
Pode-se pensar no veículo autônomo como um computador, que se comunica com os outros veículos. Um ataque pode ser direcionado ao software específico de uma empresa, como uma distribuidora, para efetivar um roubo de carga. “Uma coisa simples do tipo ‘Me diga onde todos os seus caminhões estão a todo momento para eu monitorar’”, exemplifica Simplicio.
Medidas de segurança
Para garantir mais segurança, os veículos devem contar com um sistema de comunicação com as pessoas: o V2X (“Vehicle to Everything”), via internet. É por ele que há os avisos de novas atualizações periódicas para corrigir brechas. A assinatura digital é básica nesse processo. “Todos os dados são acenados digitalmente de forma a saber que [certa mensagem] veio do veículo legítimo”, impedindo que mensagens falsas possam causar problemas.
Simplicio garante que o hardware e os algoritmos dessas tecnologias, para verificação de assinatura, são bem feitos, impedindo modificações indevidas pelo motorista. A privacidade do usuário é outra questão importante, já que é possível saber, numa mesma assinatura, todos os locais pelo qual certo veículo passou.
Já o que o automóvel faz com as informações que recebe em situações críticas como a de um acidente inevitável é mais difícil de resolver, afirma o professor. Questões éticas como quem priorizar entram em discussão: “priorizar o dono do carro, ou o número de pessoas (não atropelar mais pessoas)?”
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