Doações e transplante de córnea: sinais de recuperação depois da crise

Eduardo Rocha celebra o fato de que o número de doação e distribuição de córnea para transplante voltou ao nível pré-pandemia

 26/04/2023 - Publicado há 1 ano

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Depois de prejudicadas durante a epidemia de coronavírus, a quantidade de doação e a distribuição de córnea para transplantes voltaram aos níveis pré-pandemia, informa o professor Eduardo Rocha, acrescentando que as filas voltaram a se equilibrar, o que significa que a espera por um transplante, em média, no Brasil, em casos não urgentes, voltou a ficar em torno de seis meses, com algumas variações regionais.

Quando da instalação do lockdown por causa da pandemia, o sistema de saúde precisou se organizar e se adequar às normas de segurança.  Segundo Rocha, passou-se a ter protocolos seguros de abordagem, captação de tecidos e testes para avaliar se as córneas tinham boa saúde para seguir para um receptor de transplante. “E, mais adiante, houve o papel decisivo dos testes e das vacinas para que a gente pudesse restabelecer a ordem e recuperar os níveis de doação e de transplante de córnea”, área em que o Brasil é um dos países com melhor desempenho no mundo todo e está pelo menos entre os cinco melhores.

O especialista afirma ser preciso um trabalho constante de conscientização da população no sentido de atestar que doar córnea é um ato seguro e de que as equipes do SUS (Sistema Único de Saúde) estão muito bem treinadas para realizar sua tarefa em todo o País. Ele lembra ainda que doar córnea é “um ato voluntário, cuja intenção deve ser discutida e informada à família. A possibilidade de doar esses órgãos só é possível depois do falecimento. E, mais importante, saber que doar ajuda a curar a cegueira de alguém, muitas vezes de duas pessoas”.

Rocha finaliza: “A demanda reprimida naqueles quase dois anos em que a pandemia alterou muitas rotinas hospitalares está em plena recuperação e as filas, que se acumularam, agora já estão mais equilibradas e as doações discutidas e acordadas dentro das famílias podem ser efetivadas, uma vez que o nosso sistema de saúde tem equipes para abordagem, explicação e a captação das córneas no momento em que isso se fizer possível e necessário”.


Fique de Olho
A coluna Fique de Olho, com o professor Eduardo Rocha, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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