“Não é a pobreza que desmata, é a riqueza”

O jornalista Alceu Luís Castilho afirma que o capital nacional e o internacional assina o desmatamento na Amazônia

 29/04/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 30/04/2020 as 12:15
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O programa Ambiente É o Meio desta semana conversa com o jornalista e escritor Alceu Luís Castilho. Diretor do site De olho nos ruralistas, Castilho fala sobre um levantamento feito pelo observatório sobre as multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nos últimos 25 anos.

Pela publicação, nesse período, o Ibama emitiu cerca de 250 mil multas, tendo como maiores infratores, segundo Castilho, 4.600 pessoas físicas e jurídicas que, juntas, somam R$ 25 bilhões em multas, ou 72% do valor total das autuações, que gira em torno de R$ 35 bilhões. Afirma ainda o jornalista que, “para o senso comum, os maiores desmatadores são madeireiros, garimpeiros e coronéis que vivem na região, quando, na verdade, é o capital nacional e internacional que assina o desmatamento na Amazônia”. 

Apenas 1,4% do total de autuações são pagas ao Ibama, segundo Castilho. Ele conta que as dívidas, na maioria das vezes, não são de pequenos madeireiros e garimpeiros, mas, sim, de indivíduos milionários: banqueiros, empreiteiros, governadores, ex-governadores, donos de empresas diversas e “pessoas que estão nas colunas sociais de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba” que encabeçam o ranking com as maiores dívidas. “Não é a pobreza que desmata, é a riqueza”, afirma. 

Ouça na íntegra o programa Ambiente É o Meio no player acima.

 


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