Mercado financeiro prevê recessão nos EUA diante da disparada da inflação

Paulo Feldmann comenta esse cenário, cuja projeção é a de que o FED eleve os juros para além do patamar considerado neutro até o final deste ano

 29/06/2022 - Publicado há 2 anos
Internamente, as razões para a incerteza econômica variam desde a instabilidade proveniente da redução do ICMS da gasolina até a desconfiança dos investidores sobre o futuro econômico do País – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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Recessão nos Estados Unidos preocupa o mercado financeiro, que vê na disparada da inflação acumulada em alta de 8,6% nos últimos 12 meses impactos econômicos no mundo, em especial no Brasil. Para comentar o assunto, o Jornal da USP no Ar 1ª Edição conversou com o professor Paulo Feldmann, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP. 

Depois de dois anos de impactos da pandemia sobre a economia, a possibilidade de recessão nos EUA com a inflação alta vem acompanhada do aumento das taxas de juros do Banco Central americano, ocasionando a diminuição do ritmo da atividade econômica. 

Paulo Feldmann – Foto: FEA-USP

Feldmann comenta que o cenário é ampliado pela situação de guerra na Europa e explica o porquê do quadro afetar mais o Brasil e os países da América Latina, ao mencionar a “desorganização econômica” em que o País se encontra. Internamente, as razões para que isso ocorra variam desde a instabilidade proveniente da redução do ICMS da gasolina até a desconfiança dos investidores sobre o futuro econômico do País. “Não acontecia isso com o Brasil, mas agora há uma situação de total instabilidade e desconhecimento sobre o nosso futuro”, complementa ele. 

Perspectiva negativa

Assim, a perspectiva para o cenário acaba sendo negativa, já que se tem quadro incerto aliado à falta de efetividade do governo. No entanto, o professor ressalta que o Brasil é um país com riquezas naturais e potenciais que poucos países têm no mundo. O mais preocupante, para ele, é a questão da inflação e do desemprego, que podem ser revertidos, a depender de ações governamentais e da confiança da população no seu governo. 

Do ponto de vista do cenário externo, Paulo Feldmann comenta o caso da China, o principal cliente do Brasil, que, com a diminuição das atividades econômicas em função da pandemia, tem sofrido com a falta de suprimentos e matérias-primas, impactando a produção industrial no mundo todo. Somada à desaceleração do crescimento chinês, a disparada da inflação nos Estados Unidos acaba “agravando e diminuindo o ritmo da economia mundial e também gera inflação em todos os países”, finaliza ele. 


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