Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 2023 marcou um recorde de expansão da matriz de geração de energia elétrica no Brasil, com a adição de mais 10,1 gigawatts (GW) de potência registrados até o final do ano. Contudo, para que essa expansão seja aproveitada pelos consumidores, é necessário um cuidado com a qualidade da energia elétrica.
De acordo com o professor Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, “do ponto de vista da qualidade, o setor elétrico é analisado sob três aspectos. O primeiro é a qualidade do atendimento das distribuidoras, tendo esse um caráter mais comercial. A qualidade do serviço, que está mais ligada ao acesso e eventuais interrupções da rede elétrica. E, por fim, a qualidade do produto eletricidade, que trata da conformidade da forma de onda da energia elétrica que chega ao consumidor”.
Qualidade do serviço e do produto
Quedas de energia e apagões estão ligados ao aspecto da qualidade do serviço. Os principais indicadores que ajudam a medir esse elemento é a quantidade de tempo que os consumidores ficam sem energia elétrica e qual a frequência das interrupções. Quedas de energia e apagões podem acarretar em multas às distribuidoras se for constatada negligência ou falha na ação dessas empresas. Em fevereiro de 2024, a Aneel aplicou multa de R$ 165,8 milhões à distribuidora Enel por causa do apagão em São Paulo, em novembro de 2023.
Sobre a qualidade do produto, Caneppele comenta: “Ela faz referência aos fenômenos que afetam a onda de tensão fornecida aos clientes. Sendo os efeitos mais comuns o aumento da tensão de fornecimento, que é a sobretensão, e a diminuição da tensão de fornecimento, ou seja, a subtensão, no popular, quando falamos que a energia está fraca”.
Impacto ao consumidor
Interrupções, oscilações e falhas no atendimento impactam diretamente o consumidor, podendo afetar a vida útil dos equipamentos elétricos, desestabilizando tanto a vida pessoal de um indivíduo como seu trabalho.
“De uma forma geral, a qualidade da energia impacta não só na sua produção e no seu custo, mas na qualidade de vida das pessoas. A interrupção da energia afeta diretamente os processos, coloca em risco a vida das pessoas, seja nas vias públicas ou nos atendimentos de saúde, por exemplo, e provoca parada e até perda da produção”, destaca o professor.
*Sob supervisão de Cinderela Caldeira e Paulo Capuzzo
Produção: Cinderela Caldeira, Julia Estanislau, Guilherme Castro Sousa. Coprodução - Ferraz Jr. e Fernando de Lima Caneppele
Apresentação - Ferraz Jr.
Coprodução: Cinderela Caldeira, Alessandra Ueno e Julia Estanislau
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Edição: Rádio USP
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