Desafio médico é melhorar a adesão ao tratamento de doenças cardiovasculares

Para Raul Dias Santos, o paciente cardiopata deve ser conscientizado da importância de aderir ao tratamento e também de mudanças na alimentação e no estilo de vida

 27/10/2020 - Publicado há 4 anos
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As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e incapacidade no Brasil. As dislipidemias, doenças relacionadas ao aumento do colesterol e dos triglicerídeos, ou seja, distúrbios encontrados no sangue, são um dos principais fatores para o desenvolvimento desse tipo de doença.

“Ter colesterol alto no sangue é sim causa de ter problemas no coração. E, se a gente não controla o colesterol, a gente vai correr um risco maior de ter um problema desses, e aquelas pessoas que já tiveram um infarto ou derrame, por exemplo, vão continuar tendo o risco de ter um segundo e até falecer disso”, adverte o médico Raul Dias Santos, diretor da Unidade Clínica de Lípides do Incor, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, Santos comenta que, infelizmente, a grande maioria dos pacientes que tem esse tipo de enfermidade não controla o colesterol e os triglicerídeos, mesmo com orientação médica sobre a alimentação e administração de medicamentos. De acordo com ele, dados derivados de pesquisas feitas nos Estados Unidos demonstram que pessoas que já tiveram infarto, derrame ou alteração no coração, e que pararam de tomar a medicação, chegaram a ter 20% mais chances de vir a óbito. Dessa forma, o problema da adesão acaba sendo um dos grandes desafios aos profissionais de saúde, mas não apenas a adesão ao tratamento médico e, sim, à mudança na alimentação e no estilo de vida.

As estratégias a serem utilizadas para melhorar essa adesão dependem do grau de risco de cada paciente. Para indivíduos de alto risco, haverá sempre a necessidade de um remédio, mas, nesses casos, os medicamentos fazem uma grande diferença na redução de possíveis enfermidades, cirurgias e até do risco de morte. Um fator que pode ajudar nessas estratégias é a comunicação entre médico e paciente. “Hoje em dia, na maneira que as coisas são feitas, as pessoas, os pacientes, perderam a confiança nos médicos. O médico tem que passar essa confiança daquilo que precisa ser feito para o paciente, para que o paciente realmente tenha uma aderência ao tratamento”, explica Santos.

Com a chegada de novas terapias, a vida do paciente tende a ficar mais fácil. Redução no número de comprimidos e até injeções que substituem a grande quantidade de medicamentos a ser tomada podem fazer com que pacientes sejam mais firmes ao administrarem seus medicamentos.

Saiba mais ouvindo a entrevista completa no player acima.


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