Avanço da doença gordurosa do fígado preocupa especialistas

Cláudia Pinto Marques Souza acende um alerta sobre a necessidade urgente de políticas públicas de saúde para combater a doença gordurosa do fígado

 23/03/2021 - Publicado há 3 anos
Nos EUA, a doença da gordura do fígado é responsável pela segunda causa de transplantes – Fotomontagem sobre imagens Wikimedia Commons
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A doença mais comum nos consultórios dos hepatologistas e gastroenterologistas — a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) ou doença da gordura do fígado  (esteatose hepática) — é ainda pouco conhecida, mesmo acometendo cerca de 30% da população mundial (com taxas parecidas no Brasil) e podendo evoluir para cirrose e transplante de fígado em casos mais graves. Nos EUA, por exemplo, ela é a responsável pela segunda causa de transplantes.

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição,  Cláudia Pinto Marques Souza Oliveira, pesquisadora e professora associada do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, acende um alerta sobre a necessidade urgente de políticas públicas de saúde para combater a doença gordurosa do fígado. Como a maioria das doenças do fígado, ela costuma ser silenciosa, ou seja, com paciente assintomáticos.

A professora representou o Brasil, junto a mais de 50 especialistas do mundo inteiro, na primeira Comissão Global que discutiu políticas de saúde para conter o avanço dessa comorbidade. “Trabalhamos com isso há mais de 15 anos, quando a doença ainda não era tão importante aqui no Brasil. Mas, atualmente, ela é bastante incidente porque a obesidade aumentou. Para se ter uma ideia: 50% dos brasileiros estão acima do peso e quase 20% são obesos. Então, essa doença chega muito rapidamente nos consultórios e ambulatórios”, conta a especialista.

A maioria das pessoas acometidas é aquela com comorbidade relacionada às doenças metabólicas, como obesidade e diabete. Por isso, Cláudia classifica como uma “doença moderna, da vida contemporânea, em que as pessoas fazem menos exercícios, comem mal e têm mais obesidade e diabete do que há 20, 30 anos”.


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