O que a diplomacia brasileira pode aprender com a do Talibã

Marília Fiorillo comenta entrevista concedida dois dias atrás pelo porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Afeganistão para fazer um paralelo com “aquilo em que se transformou as relações exteriores no Brasil, ofensivas e delirantes”

 15/10/2021 - Publicado há 3 anos

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Tem o Brasil algo a aprender com a diplomacia do Talibã ? A pergunta tem por foco recente entrevista concedida pelo porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Afeganistão, o qual, segundo Marília Fiorillo, se destacou por sua polidez, cortesia e teor das declarações, que contrastam com os fatos, “uma lição de diplomacia de alto nível”. Diz Marília que “o Brasil ou aquilo em que se transformou as relações exteriores, ofensivas e delirantes, têm muito a aprender, quem diria, com o porta-voz afegão”. A colunista cita trechos da entrevista, destacando alguns pontos que considera relevantes, como quando o entrevistado afirma seu desejo de que o Afeganistão não se torne um playground de competições entre grandes potências, como China e Rússia.

“Para quem tem acompanhado há anos a truculência do Talibã, a entrevista do porta-voz causou uma perplexidade otimista. Sim, ele pode ser demitido daqui a alguns dias, mas o otimismo vem não por que as declarações correspondam aos fatos, muito ao contrário, mas diplomacia é isso: a chance de criar pontes, o tal tributo que o vício presta à virtude, como dizia La Rochefoucauld”.


Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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