Pedro Dallari, na sua coluna semanal Globalização e Cidadania, trata da multa bilionária aplicada ao Google pela União Europeia. “O que isso tem a ver com a coluna? O fato é que as poucas empresas de tecnologia da informação constituem a base que interconecta as redes sociais e, por consequência, uma comunidade que alcança o mundo todo, a qual se comunica à margem dos controles dos seus países, das empresas em que trabalham, dos clãs a que pertencem, os grupos sociais e as famílias. São as pessoas se comunicando que geram elementos comuns, que por sua vez reforçam a ideia de cidadania global. A comunicação já havia no passado, é claro, quando as pessoas viajavam, pelos jornais, ou rádios ou TVs. Mas com o advento da internet isso mudou radicalmente”, observa Dallari.
Qual o problema indicado pela União Europeia? Justamente o fato de que essa interconexão está nas mãos de poucas empresas, que por isso passam a ter um poder desmesurado de monitorar e até mesmo direcionar a ação dos indivíduos. O caso do Google é simples: a maior parte dos celulares do mundo, cerca de 80%, usa um sistema operacional fornecido pelo Google, o Android. Mas o Google exige dos fabricantes de celulares que usem apenas aplicativos criados por ele mesmo. É o caso do seu aplicativo de buscas – as pessoas dizem, quando precisam de alguma informação: dê um Google. Por sua vez, atuando dessa maneira, as empresas que trabalham nessa plataforma extraem lucros. A multa aplicada pela União Europeia foi dada por entender que essa operação casada impede a concorrência.
Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Globalização e Cidadania.