Entre os dias 13 de março e 7 de abril, a sexta edição da mostra Novíssimo Cinema Brasileiro apresenta as principais produções nacionais independentes lançadas no último ano. Além de filmes cultuados como Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, e Mãe só Há Uma, de Anna Muylaert, a mostra também contará com produções que ficaram de fora do circuito comercial dos cinemas brasileiros, como Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não é um Urso, vencedor do Festival de Tiradentes em 2016.
Nesta edição, serão exibidos 22 longas — seis a mais do que na edição passada. Entre eles, haverá seis pré-estreias e sete sessões acompanhadas de debates com os realizadores das obras.
Os filmes foram selecionados pelo Cinusp, que organiza dezenas de mostras gratuitas na Cidade Universitária e no Centro Universitário Maria Antonia todos os anos. “Procuramos filmes que analisamos ser os mais interessantes para o público, seja pela relevância cultural, seja por considerações estéticas do filme, seja pelos festivais que ele passou”, diz Luca Dourado, estudante envolvido no planejamento da mostra. “No ano passado, a gente apresentou uma mostra com apenas 16 filmes, e agora temos uma mostra muito maior, justamente por considerarmos que este ano teve muito mais produções interessantes para o nosso público.”
Programação
Dentre os destaques da mostra estão os filmes Aquarius, que chegou a ser pré-selecionado para representar o cinema brasileiro no Oscar, e Martírio, um documentário sobre o genocídio indígena ocorrido nos últimos anos no Brasil, dirigido pelo antropólogo francês Vincent Carelli. O vencedor do Festival de Brasília, A Cidade onde Envelheço, de Marilia Rocha, também faz parte da programação.
Além da seleção de filmes lançados no ano anterior, debates e pré-estreias também compõem a mostra. A sessão do documentário Entre os Homens de Bem, por exemplo, será seguida de debate com o deputado Jean Wyllys e os diretores Caio Cavechini e Carlos Barros, ex-alunos de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Outros filmes seguidos de debate com diretores serão Elon Não Acredita na Morte, de Ricardo Alves Júnior, O Caso Dora, de Dora Longo Bahia, Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não é um Urso, de Thiago Mendonça, O Silêncio do Céu, de Marco Dutra, e Martírio. “Geralmente as sessões lotam. É uma mostra bem visitada”, diz Dourado.
Outra iniciativa da mostra é divulgar o trabalho de mulheres no audiovisual. Dos 22 longas-metragens exibidos, 12 são dirigidos por elas. Um número revelante, considerando que, na TV, 23% dos roteiros são escritos por mulheres e 19% são dirigidos por elas, enquanto no cinema, 40% dos longas têm direção feminina. Para dar visibilidade para a questão social e gênero no cinema, a sessão Resistência e vivência do feminino exibirá três curtas sobre negritude e histórias de mulheres de periferia.
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A mostra Novíssimo Cinema Brasileiro será realizada de 13 de março a 7 de abril no Cinema da USP (Cinusp) Paulo Emílio Sales Gomes (Rua do Anfiteatro, 181, Colmeias, favo 4, Cidade Universitária), de segunda a sexta-feira, às 16h e às 19h. Entrada grátis. A programação completa do evento está disponível no endereço eletrônico do Cinusp (www.usp.br/cinusp). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3091-3540.