A cidade de Dubai foi construída no meio do deserto, uma região de clima desértico e seco e de temperaturas quentes e escassez de chuva. Para amenizar essa escassez e a limitada oferta de água, o governo costuma utilizar a “semeadura de nuvens” ou “chuva artificial”. Trata-se de um voo em aeronaves oficiais que atravessam nuvens queimando substâncias especiais, que podem aumentar a precipitação de chuvas. O meteorologista Carlos Augusto Morales Rodriguez, do Departamento de Ciências Atmosféricas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paul0, chefe da estação meteorológica do IAG, explica que a semeadura ocorre apenas em nuvens com granizo.
Existem duas técnicas bem distintas para fazer a chuva artificial: em nuvens com temperatura quente e naquelas onde há certeza da formação de granizo. Muito utilizada em regiões secas, mas é fundamental que tenham nuvens nesses locais. Essa é a condição primordial para dar certo.
Apesar de muitas pessoas ainda desconhecerem o assunto, a “semeadura de nuvens” existe desde a década de 1950 em Israel, África do Sul, Estados Unidos, China e outros países do Oriente Médio. Aqui, no Brasil, esse processo teve início em 1970 e foi utilizado por décadas na região Nordeste, porém, sem resultados positivos. Por serem nuvens quentes, não conseguiram formar chuva de forma adequada e necessária para aquela região.
O professor do IAG confirma que nenhum efeito de chuva artificial foi feito em Dubai. O estrago provocado pelos alagamentos ocorridos no país, ainda muito recentemente, foi em função da falta de drenagem, já que a cidade não é preparada para tanto volume de água.