A fusão do mundo físico com o mundo digital. É assim que Luli Radfahrer define o que está por trás da palavra phygital. “Você dizer que agora as coisas não são mais nem físicas nem digitais, elas são híbridas, elas são transeuntes […] na verdade, um nome como phygital é basicamente um termo normalmente inventado por um publicitário ou alguém inútil que não tem o que dizer, e aí ele dá para aquela pessoa que não lê alguma coisa para falar e aparecer e “posar de bacana”, pensador, mas é um nome vazio como vários outros.” Segundo o colunista, o ser humano precisa de categorias: “Eu preciso entender categorias do tipo calça jeans, categorias tipo ônibus, eu preciso entender as categorias, mas evita a gente pensar no assunto, quando a gente usa um termo muito técnico – tipo, por exemplo, uma bobagem como phygital – , primeiro que, se três ou quatro pessoas falarem isso, cada uma pode estar falando uma coisa completamente diferente e a gente não está pensando na origem, no que trouxe a gente para aquele problema”.
“É muito mais fácil pensar o seguinte: qualquer evolução tecnológica tem uma intenção, tem uma origem, e ela tem alguém que inventou e que lucra com isso. Se você não der um nome para ela, você observa melhor a coisa e a gente não pode ficar entupindo de nome uma coisa que muda a vida da gente no dia a dia […] eu posso dar um nome, eu posso não dar um nome, e ela vai acontecer de qualquer jeito. Então você fala: ‘Olha, dentro desse mundo phygital, você vai ter que viver dirigindo Uber’, é muito fácil falar, mas vamos tentar entender direito, porque não é legal submeter o sujeito a isso. O que eu tento propor sempre nesta coluna é isso, é dar um passinho para trás e falar: ‘Espera aí, como é que a gente veio parar aqui, o que isso significa? E, acima de tudo, a gente está vivendo melhor ou isso aqui é só uma dor de cabeça’?”