Uma publicação acadêmica para balizar o desenvolvimento sustentável do País

Em dois volumes, a obra “Impacto das Ciências Ambientais na Agenda 2030 da ONU” mostra o potencial de contribuição da pós-graduação das universidades brasileiras

 01/03/2024 - Publicado há 2 meses     Atualizado: 13/03/2024 as 14:58
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Capa dos livros Impacto das ciências ambientais na Agenda 2030 da ONU: Vol. 1 e Vol.2 - Foto: Divulgação

“Divulgação científica nas ciências ambientais: o que não é conhecido, não é valorizado.” (Valdir Fernandes, Universidade Tecnológica Federal do Paraná)

Vinte capítulos, 110 autores de 64 instituições. Essa é a amplitude do segundo volume do livro Impacto das Ciências Ambientais na Agenda 2030 da ONU, que traz o subtítulo Clusters temáticos e trata dos esforços de articulação e de trabalho em rede dos programas de pós-graduação em Ciências Ambientais.

A publicação é voltada para a discussão de temas complexos sobre a necessária preservação do meio ambiente, e que espelha o potencial de contribuição dos programas de pós-graduação das universidades brasileiras para atingi-lo. “Espera-se que esta obra, como parte do conjunto de esforços que vêm sendo empreendidos pelas áreas de avaliação da pós-graduação, permita balizar a partir de suas visões o desenvolvimento sustentável do País”, explica Paulo Jorge Parreira dos Santos, diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

“Os capítulos deste livro tratam da formação de clusters temáticos que envolvem 75 programas de pós-graduação de 57 instituições. As temáticas refletem a natureza interdisciplinar das ciências ambientais e dos programas das áreas, abordando: recursos naturais, sociedade e desenvolvimento, gestão e políticas públicas, tecnologias no contexto do alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, explicam na apresentação da publicação Arlindo Phillipi Jr., professor da Faculdade de Saúde Pública e chefe de gabinete da Reitoria da USP, Carlos Alberto Cioce Sampaio, professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP, e Maria do Carmo Martins Sobral, professora da Universidade Federal de Pernambuco, editores do segundo volume da obra.

Valdir Fernandes, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), autor da epígrafe que abre esta reportagem, que é o título de seu capítulo, também no segundo volume do livro, desenvolve o raciocínio nela implícito: “A ciência precisa ser conhecida e contextualizada para ser valorizada. Por isso a divulgação científica é na atualidade tão necessária quanto desafiadora (…) No caso das ciências transdisciplinares como as ciências ambientais esse desafio se complexifica (…) Por um lado, torna-se mais importante não só pela necessidade de dar transparência sobre novas descobertas, mas também porque essas podem significar impactos e riscos não só em termos ambientais, mas também possuem implicações sociais, econômicas, culturais e, em alguns casos, políticas, étnicas e morais”.

“A Agenda 2030 da ONU abre oportunidades para a academia comunicar à sociedade os avanços realizados e os desafios enfrentados para a consolidação dos espaços acadêmicos como fórum de propostas articuladas para o atendimento das demandas dessa mesma sociedade”, explicam Rodrigo Calado e Adenilso Simão, respectivamente pró-reitor e pró-reitor adjunto de Pós-Graduação da USP, no prefácio. “Esta obra faz parte de um movimento contemporâneo da ciência que é responder mais diretamente às demandas da sociedade”, explicam no posfácio do livro, por sua vez, Carlos Alberto Cioce Sampaio, Valdir Fernandes e Kátia Viana Cavalcanti, da coordenação da Área de Ciências Ambientais da Capes.

No capítulo “Contribuição da Pós-Graduação em Ciências Ambientais para a sustentabilidade”, do primeiro volume da publicação, Carlos Alberto Cioce Sampaio, Arlindo Phillipi Jr., Maria do Carmo Martins Sobral e Roberta Giraldi Romano (doutora pela Universidade Federal do Paraná) já preconizavam: “(…) a atuação da área de Ciências Ambientais junto ao Sistema Nacional de Pós-Graduação na formação de profissionais capacitados com visão sistêmica e no desenvolvimento de pesquisa de alto nível é de suma importância. Assim como a mensuração e divulgação de sua relevância por meio de impactos socioeconômicos à sociedade, especialmente ao se considerar que o investimento em ensino e pesquisa, inovação e extensão no Brasil é majoritariamente público”.

E concluem: “A apropriação de resultados de seus estudos e pesquisas no desenvolvimento de planos, projetos, programas e ações, bem como na atuação de seus egressos junto a setores da atividade humana, oferecem condições para serem cada vez mais reconhecidos pela sociedade, e com isso configurar uma ciência cidadã.”

Os livros podem ser acessados gratuitamente no Portal de Livros Abertos da USP, ou por meio dos links abaixo:

Impacto das ciências ambientais na Agenda 2030 da ONU: Vol. 1
Editores: Carlos Alberto Cioce Sampaio e Arlindo Philippi Junior

Impacto das ciências ambientais na Agenda 2030 da ONU: Vol. 2: Clusters temáticos
Editores: Carlos Alberto Cioce Sampaio, Arlindo Philippi Junior e Maria do Carmo Martins Sobral


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