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Pesquisa mostra que para lidar com o sofrimento psíquico de estudantes universitários é preciso pensá-lo para além de sua dimensão individual, e que é necessário investir em ações e políticas em saúde mental em espaços como universidades e escolas. Conduzido desde 2018 pelo pós-graduando da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP Thiago Marques Leão, o estudo integra um projeto sobre a temática sob a coordenação da professora Aurea Ianni, do Departamento de Política, Gestão e Saúde da FSP, e é tema do episódio 46 do podcast Saúde é Pública.
Segundo Thiago, foram entrevistados 544 estudantes de graduação e pós-graduação, que responderam, sob anonimato, questões sobre o sofrimento psíquico: como eles descreviam sintomaticamente esse sofrimento e qual o principal fator que provocava ou agravava esse sentimento e qual o papel da universidade e, com advento da pandemia, que impacto havia tido o isolamento nesse sofrimento.
Os resultados confirmam outras pesquisas na área, como afirma Thiago, indicando que o sintoma central dos estudantes é a ansiedade. Além disso, “confirmamos a hipótese de que essa ansiedade está relacionada à dinâmica universitária”. Apesar do contexto pandêmico, diz, o que os estudantes identificaram como principal fator de agravamento do sofrimento, não era propriamente a pandemia, mas as demandas excessivas e a necessidade de produção acadêmica e de responder às expectativas de empenho.
De acordo com Thiago, as universidades ainda precisam ampliar o entendimento do que é e quais são as causas do sofrimento psíquico entre estudantes. “É preciso promover mudanças estruturais e políticas sobre como lidar com o problema e também abrir espaços para outras epistemologias e formas de entendimento da questão”, afirma.
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Texto adaptado da Assessoria de Comunicação da FSP