Pesquisador da USP está entre os mais influentes do mundo

André Russowsky Brunoni (Instituto de Psiquiatria) está na companhia de outros quatro pesquisadores da USP escolhidos pela consultoria britânica Clarivate Analytics

 28/11/2019 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 29/11/2019 as 16:41

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Uma pesquisa elaborada pela consultoria britânica Clarivate Analytics colocou cinco pesquisadores da USP dentre os mais influentes do mundo. André Russowsky Brunoni, professor do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, é um dos docentes citados no documento, e comentou ao Jornal da USP no Ar sobre suas pesquisas nas áreas de depressão e transtornos do humor e neuromodulação não-invasiva no tratamento dos transtornos mentais.

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Brunoni explicou que a neuromodulação não-invasiva é um tratamento recente e que só começou a ser mais difundida fora do meio acadêmico nos últimos cinco anos. A técnica tem duas modalidades: “Uma é a passagem de uma corrente elétrica, mas de uma intensidade muito menor que a eletroconvulsoterapia, e a outra é a indução de um campo eletromagnético com uma estimulação magnética transcraniana (ETC), algo parecido com a ressonância magnética, só que a gente inverte a forma do campo: em vez de usar o campo magnético para fazer o diagnóstico, a gente usa para fazer o tratamento”, esclareceu o professor.

A neuromodulação não-invasiva vêm obtendo resultados cada vez melhores no tratamento da depressão e de transtornos dolorosos. “Na prática, a gente observa que, para a depressão, a resposta com a estimulação magnética é um pouco mais rápida que os antidepressivos. Os remédios demoram quatro a seis semanas, e a estimulação magnética começa a dar resultado já na terceira semana de tratamento”, disse Brunoni. Além da resposta mais rápida, a neuromodulação não-invasiva tem efeito comparável aos anti-depressivos e tem a grande vantagem de não ter efeitos colaterais. A técnica também vem sendo estudada no tratamento de outras doenças, como a esquizofrenia, mas ainda está em fase experimental.

O professor ainda elencou duas prioridades para o futuro: “Uma é aumentar ainda mais a eficácia, porque a gente imagina que é algo que teria um potencial de induzir uma resposta maior do que os antidepressivos, então a gente quer desenvolver maneiras de aumentar a eficácia da estimulação. A outra possibilidade seria a personalização, ou seja, tentar identificar pacientes através de biomarcadores, assinaturas neurais ou algoritmos baseados na inteligência artificial para apontar quais os que vão responder melhor à estimulação, porque aí poderíamos dar o tratamento certo para o paciente certo”.

Ouça a entrevista na íntegra no player acima.


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