O que está por trás do discurso de Emmanuel Macron na Universidade de Sorbonne

Na visão de Alberto do Amaral, o presidente da França quis alertar os demais países do continente sobre os riscos que a Europa enfrenta atualmente, como, por exemplo, a ameaça representada pela Rússia a partir do momento em que invadiu a Ucrânia

 Publicado: 30/04/2024

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Na semana passada, o presidente francês Emmanuel Macron, em discurso na Universidade de Sorbonne, clamou por defesas europeias mais fortes e pela não submissão aos interesses dos EUA. Para Alberto do Amaral, Macron pretendeu mostrar claramente, em seu pronunciamento, algumas debilidades enfrentadas atualmente pela União Europeia, como a de responder aos desafios do presente. Ele cita, como exemplo, a invasão da Ucrânia pela Rússia, que constitui uma ameaça ao restante do continente europeu. “O presidente francês quis alertar para o perigo russo e para a necessidade de uma resposta rápida diante desse risco crescente”, ressalta, ao constatar que Macron quis também deixar claro aos europeus a necessidade de tomada de decisões “que possam importar no aumento da defesa europeia diante do perigo russo, da coordenação de medidas no âmbito europeu entre os vários Estados para debelar esse risco”. Macron alertou ainda para a importância da Europa se afirmar como uma terceira potência nos contextos político e militar, atrás de EUA e China, e capaz de defender seus próprios interesses.

Na sequência de seu comentário, Amaral discorre sobre os impactos que Macron espera alcançar com esse discurso. Ele entende que o presidente francês quis despertar os demais líderes europeus, num momento em que a Europa enfrenta um momento difícil, com vários regimes autoritários e a ausência de medidas eficazes contra estes. Ainda segundo o colunista, Macron procura também mostrar ser imperativo que a União Europeia mantenha uma posição muito própria em relação às especificidades do momento que vive. “Se a Europa não for capaz de responder às ameaças que enfrenta, se não for capaz de tomar decisões, não for capaz de coordenar medidas num contexto global, a União Europeia pode não ter mais sentido diante de um mundo cada vez mais complexo, perigoso e arriscado”, diz o colunista, o que acaba levantando “uma série de questões sobre a rapidez e a capacidade dos europeus de agirem com presteza diante de uma situação tão delicada como a que nós vivemos atualmente e diante de um cenário internacional cada vez menos amistoso”.


Um Olhar sobre o Mundo
A coluna Um Olhar sobre o Mundo, com o professor Alberto Amaral, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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