Hospital da USP em Bauru quer garantir segurança com testes em massa para covid-19

Com a retomada gradual dos atendimentos ambulatoriais e de cirurgias eletivas, o Centrinho está fazendo testes para covid-19 em servidores e residentes como parte dos protocolos adotados para segurança da equipe de saúde e de usuários

 26/10/2020 - Publicado há 4 anos
Membros da equipe do HRAC-USP durante coleta realizada no dia 14 de outubro, em esquema de drive-thru – Foto: Caroline Thomazelli / HRAC-USP

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O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP em Bauru acaba de realizar testes em massa voltados aos seus servidores e residentes dos Programas de Residências Médicas e Multiprofissionais. Com coleta entre os dias 13 e 15 de outubro, a testagem totalizou 578 amostras – de 508 profissionais e 70 alunos e residentes – e identificou que apenas quatro servidores (0,69% do público analisado) testaram positivo para covid-19, mesmo após a retomada gradual dos atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas a partir do dia 8 de setembro.

“Os quatro funcionários estavam assintomáticos e foram imediatamente afastados. Também testamos os contactantes e todos estavam negativos”, informa o professor Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do HRAC-USP, diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) e coordenador do Laboratório de Farmacologia da faculdade, onde estão sendo realizados os testes do HRAC-USP por meio da técnica de RT-PCR em tempo real, com insumos adquiridos pelo hospital.

“Esses resultados indicam que os protocolos de biossegurança adotados, bem como o uso correto de máscaras e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), têm sido importantíssimos para conter o contágio, proteger nossa comunidade e permitir o desenvolvimento, com segurança, dos serviços essenciais e de excelência prestados pela instituição. Também estamos testando os pacientes cirúrgicos e aqueles com necessidade de internação hospitalar para tratamento especializado (transferências), em um modelo de testagem oferecido por poucos serviços de saúde no mundo e que tem trazido mais segurança tanto à equipe como aos usuários”, ressalta o dirigente.

Desde 15 de junho, quando teve início a testagem no HRAC-USP, 483 pacientes já foram testados, sendo que somente um deles (0,21%) teve resultado positivo, e, portanto, não foi operado na época. Esse paciente já retornou ao hospital, foi retestado, teve resultado negativo e já foi operado.

Ao todo, até o momento, 1.887 amostras do HRAC-USP já foram analisadas, considerando todos os testes em pacientes, equipe e residentes e as retestagens dos profissionais que atuam na rotina cirúrgica e outros. “Os casos positivos continuam em número muito reduzido, o que mostra que as medidas adotadas e os cuidados de todos têm sido eficazes”, pontua Santos.

De acordo com o professor, os profissionais, residentes e pacientes cujas amostras estão sendo analisadas no Laboratório de Farmacologia da FOB-USP são comunicados individualmente do resultado. Além disso, os resultados são oficializados, lançados no sistema GAL (Gerenciador de Ambiente Laboratorial), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) e do Ministério da Saúde, e comunicados à Vigilância Epidemiológica estadual e municipal.

“Esse grande e importante movimento para testagem em massa da comunidade do HRAC-USP só foi possível graças a uma união de esforços e à colaboração de muitos. Quero agradecer às equipes do HRAC-USP, que organizaram e realizaram a coleta de forma estruturada e segura, em esquema de drive-thru, e também da FOB-USP, responsável pela análise das amostras por RT-PCR”, assinala o superintendente.

Protocolos e medidas preventivas

Desde antes da quarentena decretada no Estado de São Paulo, a Superintendência do HRAC-USP tem adotado os mais rígidos protocolos de biossegurança para proteção da equipe e dos usuários. Elaborados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) juntamente com a Superintendência, os protocolos seguem as recomendações atualizadas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde.

Além do modelo de testagem diferenciado, dentre as medidas adotadas, podem ser destacadas: a distribuição de máscaras e face shields a toda a equipe, adequadas às atividades; disponibilização de álcool em gel 70% em todo o hospital, com conferência feita de rotina pela Enfermagem e CCIH; e afastamento de casos suspeitos e contactantes, conforme protocolo.

Quanto aos ambientes, os servidores que não têm a opção de sala individual devem compartilhar a mesma em momentos diferentes ou manter o distanciamento das mesas e as janelas abertas. “A CCIH também tem realizado treinamentos e atualizações específicas com cada equipe de trabalho, visando aperfeiçoar a segurança de rotinas e processos”, reforça o dirigente.

Retomada progressiva

Desde 16 de março – em um momento prestes a se iniciar a quarentena no Estado de São Paulo e em que ainda não se sabia ao certo como seria a evolução da pandemia e a capacidade do sistema de saúde –, a Superintendência do HRAC-USP decidiu pela suspensão temporária das cirurgias eletivas e atendimentos ambulatoriais, considerando a condição de ser um hospital de ensino da USP que realiza tratamento essencialmente eletivo e recebe pacientes e estudantes de todo o Brasil. O HRAC-USP manteve, contudo, equipes presenciais para o atendimento de urgências, demandas prioritárias e as transferências hospitalares para internação.

“No dia 8 de setembro, adotando todos os protocolos e recomendações das autoridades sanitárias, iniciamos a retomada gradual dos atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas, na ordem de 25% das agendas nos meses de setembro e outubro. Com o intuito de continuarmos preservando a saúde de toda nossa comunidade e ao mesmo tempo atender à demanda e oferecer a melhor assistência aos nossos pacientes, planejamos um aumento progressivo das agendas de atendimento, para 30% em novembro, 40% em dezembro, 50% em janeiro, 75% em fevereiro e 100% em março de 2021”, finaliza o professor Carlos Ferreira dos Santos.

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Texto: Tiago Rodella – Assessoria de Imprensa do HRAC-USP


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