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Termo da filosofia que orientou diversas correntes de pensamento desde a Grécia Antiga, com Epicuro, até a Idade Moderna, com Henry Sidgwick, hedonismo é o tema da nova mostra promovida pelo Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp), que teve início em 25 de novembro passado e vai até 8 de dezembro.
“Hedonismo é a busca pelo prazer extremo, viver pelo prazer”, resume Luis Henrique dos Santos, curador da mostra Prazeres Incontidos, em cartaz nas salas do Cinusp na Cidade Universitária e no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo.
Para montar a mostra, segundo Santos, a curadoria buscou selecionar filmes que têm o prazer exagerado como foco central e em que os personagens são tocados em suas motivações pelo prazer.
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Comida, sexo, drogas, preguiça
O público vai se deparar com diversos tipos de prazeres, presentes nos filmes da mostra. “Escolhemos filmes que buscam o prazer sintetizado na forma de comida, sexo, drogas, crimes, preguiça etc. São diferentes tipos de prazeres que provocam diferentes coisas. O interessante, para o público, é tentar explorar esses diferentes tipos”, sugere Santos.
Ao partir da ideia inicial de tentar entender o que é o prazer e como representá-lo, a curadoria percebeu que outras questões iam surgindo. “O prazer é um tema que sempre esteve presente na história da humanidade e, por isso, precisávamos de filmes de diferentes épocas e regiões.”
De acordo com Santos, por ser um tema presente em diferentes sociedades, é interessante perceber como cada povo tem um olhar diferente sobre o tema. Daí por que a mostra traz produções do Brasil, França, Japão, Alemanha e Estados Unidos.
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Polêmicas
Luis Henrique dos Santos conta que certos filmes causaram polêmica na época de lançamento, com vários mitos em torno deles, como o japonês O Império dos Sentidos (1976) e Táxi para o Banheiro (1980), uma produção da então Alemanha Ocidental que contém críticas ao seu modelo econômico. “Agora é a chance de tirar a prova e ver se as críticas e burburinhos são válidos”, diz Santos.
Com uma lista de filmes menos extensa, já que a mostra terá somente duas semanas de duração, alguns filmes se destacam entre outros. O curador destaca novamente o japonês O Império dos Sentidos: “Temos nele uma leitura bem específica do prazer e da busca incessante pelo prazer. Diferente de A Comilança (1973), que já é uma leitura de crítica social da sociedade do pós-Segunda Guerra Mundial, e Alexandre, o Felizardo (1968), que se entrega à preguiça.”
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Dentre os brasileiros, Todas as Mulheres do Mundo (1966) aborda a despreocupação com as convenções amorosas e os prazeres das praias e boates da Cidade Maravilhosa na década de 60. Um Rio de Janeiro diferente daquele visto em A Frente Fria Que a Chuva Traz (2015), que serve de cenário para os delírios dos adolescentes ricos e suas festas na laje de uma favela do Vidigal, como indica a curadoria, num texto de divulgação da mostra.
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Outro filme que vale ser visto é Bling Ring: a Gangue de Hollywood (2013), que tem direção de Sofia Coppola. Como indica a ficha técnica dos filmes da mostra, Sofia Coppola mais uma vez questiona a juventude moderna. Baseado em um artigo na revista Vanity Fair sobre uma história real, o filme conta com Emma Watson no elenco, além de participação de Paris Hilton.
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“O público está mais que convidado para explorar esses diferentes tipos de prazeres, que virão em alguns filmes e em outros não. E essa é a graça, a aventura de assistir e definir se aquilo realmente causa prazer ou não”, conclui Santos.
A mostra Prazeres Incontidos, do Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp), está em cartaz até 8 de dezembro, de segunda a sexta-feira, às 16 e às 19 horas, na Sala Cinusp Paulo Emílio (Rua do Anfiteatro, 181, Colmeia, Favo 4, na Cidade Universitária em São Paulo), e aos sábados e domingos, às 18 e às 20 horas, no Centro Universitário Maria Antonia (Rua Maria Antonia, 294, na Vila Buarque, em São Paulo). Entrada grátis. A programação completa da mostra está disponível na página do Cinusp.
