Em projeto da USP, estudantes simulam reuniões de comitês da ONU

Iniciativa permite que alunos da Universidade e de outras instituições exercitem a retórica com discussões sobre política internacional

 06/08/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 13/02/2019 as 14:15
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Edifício-sede das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos – Foto: Isriya Paireepairit / Flickr-CC

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Desde a sua fundação, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem papel fundamental na ordem mundial, funcionando como ferramenta para solucionar conflitos entre países por meio da diplomacia. Mesmo assim, são poucas as pessoas que entendem como funcionam as Nações Unidas. O USPMUN, sigla para USP Model United Nations, é uma oportunidade para alunos da Universidade e de outras instituições de ensino aprenderem isso na prática.

Os Model United Nations são espaços nos quais estudantes fazem simulações das conferências realizadas pela ONU. A ideia é trazer para o meio acadêmico as mesmas discussões, promovendo conscientização e debate sobre pautas importantes da política internacional.

Nova edição do USPMUN convida os participantes a desafiar fronteiras – Foto: Divulgação / USPMUN (Clique na imagem para ampliar)

Conforme explica Júlia Coury, aluna do terceiro ano no curso de Relações Internacionais da USP e secretária geral do USPMUN, o projeto é organizado em comitês temáticos, assim como as Nações Unidas. “Nós utilizamos esse modelo e ‘recriamos’ quem participa dessas discussões, com os próprios alunos representando pessoas ou países, de acordo com o comitê.”

Dessa forma, procura-se representar da maneira mais verossímil como seria a posição de cada país numa discussão real dentro da ONU.

O USPMUN ocorreu pela primeira vez em 2014 e, este ano, promete uma edição totalmente reformulada. O projeto, antes voltado para alunos de Direito e Relações Internacionais da USP, agora tem como objetivo tornar-se mais abrangente, começando na organização.

O secretariado, grupo responsável pela preparação do evento, passa a contar com alunos do Instituto de Relações Internacionais (IRI), da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), da Escola Politécnica (Poli) e da Faculdade de Direito (FD). Já o comitê de imprensa, que fará a cobertura de todo o evento, é organizado por alunos da Faculdade Cásper Líbero.

Além disso, os delegados, aqueles que representam os países nos debates, podem ser alunos de qualquer instituição de ensino, desde que maiores de idade e regularmente matriculados.

Para participar, é necessário inscrever-se pelo site do evento e depois pagar uma taxa, de valor variável conforme a modalidade da inscrição e a data em que for feita. São 150 vagas para delegados. Contando os integrantes que fazem parte da organização, espera-se que o evento reúna cerca de 200 alunos no total, inclusive de universidades de outros Estados.

O próximo USPMUN será realizado de 11 a 14 de outubro. As inscrições para delegados já começaram, e serão aceitos visitantes para assistir aos debates. Para mais informações, acesse o site e acompanhe as publicações na página do evento.

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Desafiando fronteiras

Neste ano, o USPMUN adota o lema Desafiando Fronteiras, apropriado tanto para o ideal do projeto de unir alunos de diferentes cursos e instituições quanto para os debates que vão ocorrer dentro do evento.

Cada comitê do USPMUN tem uma proposta de discussão diferente, partindo de um tema da atualidade – Foto: Divulgação (Clique na imagem para ampliar)

Além do comitê de imprensa, há mais cinco, cada um com um tópico para discussão. O Conselho Europeu, por exemplo, tem como foco o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, enquanto a Organização dos Estados Americanos (OEA) tratará da crise imigratória que atinge a Venezuela. A ideia é não apenas discutir os temas, mas chegar conjuntamente à resolução, tal como ocorre na ONU.

Tudo é preparado para que a simulação seja o mais fiel possível às reuniões das Nações Unidas. Por isso, cada comitê possui uma diretoria acadêmica, responsável por desenvolver um guia de estudo para os delegados baseado no posicionamento de cada um dos países que serão representados.

A partir dessa pesquisa, são produzidos artigos sobre os temas selecionados, que recebem supervisão de professores do Instituto de Relações Internacionais para que possam ser posteriormente publicados.

Fora essa revisão dos docentes para os artigos, o USPMUN é inteiramente feito por estudantes, que acumulam diferentes aprendizados durante o processo. “Além da parte acadêmica, com toda a pesquisa necessária para representar uma posição diferente da sua opinião pessoal e desenvolver uma resolução em termos de ONU, há também a parte do debate. É um debate que propicia um ambiente confortável para treinar a retórica, a organização das argumentações e a oratória”, comenta Júlia Coury.

Como algumas das discussões dos comitês são feitas em inglês, ela destaca ainda a possibilidade exercitar a língua estrangeira nas reuniões.


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