Descobertas sobre as origens vulcânicas de Mercúrio são tema de boletim de astronomia

A nova edição do boletim “Dia e Noite com as Estrelas”, produzida por alunos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, traz a história geológica desse planeta, além da terceira parte do Especial sobre a Luz

 Publicado: 10/04/2024
Planeta Mercúrio em foto da Agência Espacial Europeia – Foto: ESA/esa.int

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“Mercúrio, o menor dos planetas do Sistema Solar, pode ser modesto em tamanho, mas seu interior fervilhante esconde uma história geológica intrigante. Vamos mergulhar nas descobertas científicas sobre o vulcanismo que moldou as características únicas deste mundo rochoso”, afirma Felipe Martins, do
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP. O artigo está na nova edição do boletim Dia e Noite com as Estrelas, que traz ainda a sequência do Especial sobre a Luz e como Albert Einstein tratou desse tema, e a trajetória da cientista Cecilia Payne-Gaposchkin. A edição de março do boletim está disponível para download gratuito neste link

No artigo Explorando as Origens Vulcânicas de Mercúrio, Felipe Martins mergulha nas descobertas científicas sobre o vulcanismo, que moldou as características únicas deste mundo rochoso. “Uma das características mais marcantes de Mercúrio é a Caloris Basin, uma grande bacia de impacto originada de um choque com um corpo relativamente grande que testemunhou um evento cósmico antigo. Este impacto gigantesco pode ter desencadeado uma série de atividades vulcânicas em todo o planeta, deixando para trás vastas planícies de lava que hoje cobrem sua superfície”, afirma. Para ele, estudar o vulcanismo em Mercúrio não apenas nos permite entender melhor a geologia deste planeta, mas também oferece insights valiosos sobre os processos geológicos que moldam mundos rochosos em todo o Universo. 

No Especial sobre a Luz, intitulado Einstein: a natureza da luz III, o professor Ramachrisna Teixeira, do IAG, aborda os quatro famosos artigos de Einstein, publicados em 1905 na revista alemã Annalen der Physik, todos considerados revolucionários. “Seu primeiro artigo deu origem a uma verdadeira revolução conceitual quanto à natureza da luz (luz no sentido mais amplo do termo). Este trabalho, que deu a Einstein o Prêmio Nobel de Física em 1921, serviu de base para a física quântica e nos levou à natureza dual da luz: onda e partícula”, comenta o professor no texto. 

Foto: Divulgação/IAG

Além disso, em Curiosidades, no artigo Nada é absoluto (exceto a velocidade da luz), a autora Roberta Vassallo (Instituto de Física da USP) volta novamente aos famosos artigos de Einstein que, em 1905, interpretou o paradigma: como um raio de luz poderia ter a mesma velocidade para observadores que vão ao seu encontro ou que se afastam dele. “Ele descartou a existência de um referencial absoluto em relação ao qual os corpos se movem e concluiu também que nenhuma informação pode se propagar no espaço com velocidade maior do que a da luz. Com base nessas conclusões, desenvolveu uma nova descrição das leis da física para movimentos com velocidades constantes, chamada de Relatividade Restrita ou Relatividade Especial”, explica Roberta. 

A publicação traz ainda em Astronomia Cultural a história de Cecilia Payne-Gaposchkin, uma cientista que realizou uma das maiores descobertas de todos os tempos, em Desbravadora das Estrelas, de Suellen Camilo (IF-USP). Segundo a autora, foi graças ao esforço, dedicação e trabalho de Cecília Payne-Gaposchlin que hoje conhecemos que o elemento mais abundante do Universo é o hidrogênio e que as estrelas, incluindo o Sol, são compostas principalmente com este elemento, e em menor quantidade com hélio. “Muitos cientistas e estudiosos da história da ciência classificam sua tese de doutorado como a mais brilhante na história da Astronomia e a descoberta de que o hidrogênio é o elemento mais abundante do Universo, a maior de todos os tempos”, informa. Como complementa o professor Carlos Volgarin (Instituto de Matemática e Estatística da USP) no editorial, “sua trajetória na Astronomia é marcada por muitas conquistas e uma intensa batalha contra a desigualdade de gênero no ambiente acadêmico. Cecília deixou um grande legado que serve de inspiração para as jovens cientistas do mundo todo”.

O boletim Dia e Noite com as Estrelas é mensal e gratuito. Confira a última edição do boletim neste link. Acesse as edições anteriores clicando aqui. Caso queira recebê-lo diretamente, inscreva-se na lista de transmissão. Mais informações pelo e-mail: contatodncestrelas@gmail.com.


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