A ministra-chefe da Fazenda do Reino Unido, Elizabeth Truss, visitou, na última quarta-feira, 11 de abril, a sede do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation, na Escola Politécnica (Poli) da USP, em São Paulo. Acompanhada por uma comitiva de cinco pessoas, incluindo a diretora geral de Comércio e Investimento para a América Latina do Consulado Geral do Reino Unido em São Paulo, Joanna Crellin, ela assistiu a uma apresentação sobre as atividades do centro, realizada por seu diretor científico, Julio Meneghini.
A visita aconteceu poucos dias depois do lançamento do Ano Brasil – Reino Unido de Ciência e Inovação, em cerimônia realizada no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Nesse evento, o Fundo Newton, iniciativa britânica para promoção do desenvolvimento dos países por meio da ciência e tecnologia, anunciou novos investimentos em pesquisa, em diversas áreas, entre elas, mudanças climáticas.
No encontro do RCGI, a ministra fez várias perguntas sobre os projetos de Carbon Capture and Storage (CCS) do centro e também ouviu breves considerações do diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz, a respeito das parcerias da fundação com o Reino Unido, e de Camila Brandão, uma das representantes da Shell presentes no encontro.
Ao apresentar os objetivos do centro, Meneghini deteve-se, no final, em alguns projetos do portfólio do RCGI, como o de armazenamento de carbono em cavernas de sal e o desenvolvimento de um separador supersônico de gases. Ele lembrou que o pré-sal é uma grande oportunidade para o Brasil, e que a quantidade de CO2 existente nos reservatórios requer soluções científicas inovadoras para a questão das emissões de gases de efeito estufa. “Ajudar a pensar e prover essas soluções é uma das metas do nosso centro”, afirmou.
Uma das perguntas feitas pela ministra foi referente à viabilidade econômica dos projetos de CCS e a possibilidade de projetos inovadores, como o da estocagem de CO2 em cavernas de sal, serem aplicados em escala.
“Eu diria que o Brasil é um dos poucos países no mundo em que estamos a ponto de tornar viável, economicamente, a estocagem de CO2 em cavernas de sal. Uma única caverna pode estocar 8 milhões de toneladas de CO2”, respondeu Meneghini.
O diretor científico do RCGI também destacou a importância do Estado de São Paulo para o País, a pujança de sua produção científica e a Estados brasileiros: 35% da produção industrial do País vem daqui. Cerca de 11% do total de tributos do Estado é destinado a universidades e instituições de pesquisa. A USP, uma universidade pública, tem cerca de 6 mil docentes, quase 90 mil alunos entre graduação e pós-graduação e é responsável por um quarto da produção científica do País”, disse ele, lembrando que o Brasil ocupa hoje o 13º lugar no ranking mundial de produção científica – à frente da Holanda e da Rússia.
Após o encontro, a ministra e seus acompanhantes visitaram o Tanque de Provas Numérico (TPN) da Poli, ciceroneados pelo professor Kazuo Nishimoto, coordenador do TPN e do programa de Abatimento de CO2 do RCGI.
Além de Joanna Crellin, integraram a comitiva da ministra o vice-diretor de Ciência e Inovação do Consulado Britânico em São Paulo, Rui Lopes; o consultor especial da ministra para Empreendimentos e Crescimento, Philip Duffy; o assessor de imprensa, Jason Stein; e a secretária pessoal dela, Helena Bennett.
No encontro, o reitor da USP, Vahan Agopyan, foi representado pela vice-reitora de Pesquisa, Emma Otta. O diretor da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), Marcio Lobo Netto, também esteve presente, além de diversos integrantes do RCGI. A Shell contou ainda com a participação de Karen Mascarenhas, diretora de Liderança e Recursos Humanos do RCGI; e Alexandre Breda, representante da empresa no Conselho Consultivo do RCGI.
Da Acadêmica Agência de Comunicação