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Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comenta o fenômeno do adensamento e da verticalização em São Paulo. O processo de crescimento vertical das cidades, por meio de grandes edifícios, é parte das discussões que envolvem a revisão do Plano Diretor Estratégico da capital.

Para o professor, “é extremamente importante que toda a sociedade possa acompanhar esse debate, porque ele vai interferir na vida de muitos paulistanos”. Na opinião de Bonduki, o avanço da verticalização, provocado pelo mercado imobiliário em expansão, tem causado inúmeras reações contrárias de moradores da capital, principalmente dos bairros do centro de São Paulo como Pinheiros e Vila Madalena.

De acordo com o urbanista, o processo se acentuou ao redor dos eixos de transporte coletivo, estações de Metrô e corredores de ônibus, fato sancionado pelo atual Plano Diretor. Nesses locais, empreendimentos imobiliários concentram apartamentos cada vez menores e com menos vagas de garagem. Entretanto, “essa verticalização que foi, portanto, admitida no Plano Diretor, tem causado diversas ações e movimentos de bairro, que entendem a verticalização como exagerada”, comenta ele.

Na visão do especialista, a Prefeitura precisa de diferentes medidas para conter o déficit habitacional de São Paulo, contudo, a união de políticas de moradia e de transporte deve ser protegida da especulação do mercado imobiliário. “A ideia de se adensar junto ao transporte coletivo é exatamente a de estimular o uso do transporte coletivo e desestimular o uso do automóvel, e por isso proteger os miolos dos bairros. O ponto é equilibrar áreas com maior densidade verticalizadas com áreas menos densas e menos verticalizadas.”

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