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Na coluna desta semana, o professor Nabil Bonduki trata dos dados revelados pelo IBGE relativos à população por distrito no município de São Paulo. Segundo ele, os dados revelam que nós tivemos definitivamente consolidada uma tendência que já tinha sido verificada. “Na década passada, foi um crescimento mais equilibrado da população pelas três macro áreas em que nós poderíamos dividir o município: o centro expandido, a área intermediária e a periferia da cidade, onde o crescimento foi bastante pequeno. A população cresceu apenas 200 mil habitantes em 12 anos, mas todas essas grandes áreas tiveram um pequena ganho de população. Nenhuma delas perdeu população e é bastante significativo que os sete distritos que tiveram um maior crescimento populacional são o que se chama de centro expandido da cidade de São Paulo”, explica.

Bonduki cita como exemplo a Barra Funda, que teve o maior crescimento da cidade, com 132%. Já o bairro do Brás cresceu 32%; Belém teve 3% de crescimento; Cambuci, 22%. Portanto, os distritos centrais tiveram grande crescimento populacional, enquanto os distritos da periferia perderam a população de maneira muito acentuada. É o caso de São Miguel, que perdeu 12% da população; e Artur Alvim, 8%; Itaim Paulista, 8%; e Cidade Tiradentes, também 8%. Portanto, explica Bonduki, distritos que tinham crescido muito nos anos 80 e 90 agora vêm perdendo a população.

Segundo o professor, essa tendência é positiva. “Não resta dúvida que é positivo a reversão desse processo de esvaziamento populacional da área central. O Plano Diretor de São Paulo, desde 2002, defendia exatamente o que está acontecendo, ou seja, reverter o processo de esvaziamento populacional da área central e promover um maior povoamento dessa região, que é melhor servida por infraestrutura e onde se concentram 70% dos empregos da cidade. Mais gente morando nessa região significa menos necessidade de deslocamento por longas distâncias, uma situação de maior sustentabilidade e também de melhor qualidade de vida.

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