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Abre no próximo sábado, dia 5, a exposição Exílios, Escombros, Resistências, do artista Marcelo Brodsky, no Museu Judaico de São Paulo. A exposição tem curadoria de Márcio Seligmann-Silva, um dos maiores especialistas no filósofo Walter Benjamin e autor do essencial A Virada Testemunhal e Decolonial, publicado recentemente pela Editora da Unicamp.

Artista e ativista, Marcelo Brodsky é artista que foca em seus trabalhos violações e violências sociais e políticas, mas sobretudo a resistência contra elas, amplificando as imagens e vozes daqueles que ocupam as ruas, marcham e resistem. Como artista judeu nascido em Buenos Aires, Brodsky reelaborou em seus trabalhos os traumas da ditadura e do antissemitismo na Argentina. Para além de enfrentar seu contexto local, causador de marcas em sua obra e biografia, Brodsky estabelece alianças com tempos e espaços que não necessariamente viveu, mas com os quais se identifica, como as lutas pela democracia, contra a ditadura no Brasil.

Isso faz com que sua obra, produzida ao longo de mais de 30 anos, possa ser entendida como um longo projeto ético, estético e político que tem, como pano de fundo, a defesa dos direitos humanos. E como abri esta coluna lembrando de Walter Benjamin, encerro com um trecho de Sobre o Conceito de História, traduzido pelo professor Márcio Seligmann, que poderia ser a epígrafe da exposição:

“É mais difícil honrar a memória dos sem-nome do que a dos famosos e comemorados […]. A construção histórica deve ser dedicada à memória dos sem-nome.”

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