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Falecido recentemente, à primeira vista Daniel Kahneman pode surpreender aqueles que não estão familiarizados com sua trajetória, afinal foi um psicólogo, pesquisador e professor da Universidade Princeton que deu várias contribuições para a área de economia e que acabou agraciado com o prêmio Nobel de Economia em 2002, sobretudo por suas pesquisas na área da economia comportamental. Justamente também por isso é o tema desta coluna de Luciano Nakabashi.

Diz o colunista: “Se a gente olha a economia, a gente tem um modelo mais padrão, ele tem essa hipótese que o indivíduo é racional e maximizador: os agentes econômicos, as pessoas, as famílias,  as empresas. Eles tomam as decisões de forma que a gente chama racional maximizador [….] o ser humano é o único que tem essa capacidade de olhar o futuro e como ele pode vir a ser de acordo com as decisões que toma hoje, então, ele já toma as decisões pensando nos seus resultados e de forma a maximizar essa utilidade intertemporal”. Para Daniel Kahneman, as pessoas, em muitos momentos, “não agem de forma tão racional e, às vezes, até de forma que parece ser irracional. As pessoas muitas vezes tomam decisões com poucas observações ou com grandes vieses e a decisão não ocorre de uma forma que a teoria mais tradicional prevê”.

Nakabashi diz que um dos livros mais conhecidos de Kahneman é Rápido e devagar: Duas formas de pensar, “uma forma que é mais rápida e que cria atalhos e tem vieses e outra que é mais demorada, que gasta mais energia, e o indivíduo tende muitas vezes a agir de acordo com essa parte que é mais rápida, que tem menos esforço por parte do intelecto das pessoas, e isso acaba gerando esses vieses, esses erros acabam levando a resultados que são ruins para o indivíduo. Então, em certos momentos, trazer essa complexidade do indivíduo para determinadas situações acaba sendo mais coerente e a própria economia tradicional vem incorporando essas contribuições do Daniel Kahneman  para determinadas situações, para análise de determinados problemas”, diz o colunista.

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