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Por Simone Lemos

Eu queria fazer um convite para hoje (9) à tarde, às 15 horas. Vai ter no IEA/ USP on-line uma conversa com a professora Ítala Loffredo d’Ottaviano. É normal que ela não seja assim tão conhecida. Ela é da Unicamp, teve e tem um papel importantíssimo em toda a área de filosofia, mas principalmente de lógica. Existe uma instituição lá chamada CLE, que é o Centro de Lógica e Epistemologia, e ela é a pessoa que tocou isso sempre e continua tocando. O principal interesse do convite é que justamente, durante todas essas pesquisas na área de lógica, ela trabalhou muito sobre o tema da auto-organização, que é uma discussão bem complexa e que foi puxada lá na Unicamp pelo falecido Michel Debrun. Ele foi um filósofo francês que veio ao Brasil nos anos 60. Passou pela USP, mas acabou depois tendo um papel muito importante na estruturação da área de filosofia lá na Unicamp. Ele foi um incentivador das pesquisas sobre auto-organização, que é um tema bastante difícil. Eu disse complexo, mas, na verdade, o certo é dizer difícil.

Ela vai fazer essa conversa conosco no âmbito de um programa que eu tenho tocado no IEA, que são conversas sobre a complexidade. A complexidade é um assunto que o Stephen Hawking disse em algum momento, respondendo uma pergunta sobre qual seria a ciência do século 21, e ele falou: “Nenhuma dessas que vocês estão pensando aí, biologia, química ou física, mas a ciência do século 21 será a ciência da complexidade”.   

O balanço que a gente pode fazer é que, na verdade, houve de fato um avanço grande das chamadas ciências da complexidade, ou teoria da complexidade, dos anos 80 do século passado para cá, mas aparentemente houve uma certa parada por volta da segunda década deste século. Difícil precisar. Muitas vezes, quando você é tentado a entrar nesse assunto, chega à conclusão de que é uma espécie de Torre de Babel. Quer dizer que muita gente pesquisa o tema da complexidade, do qual a auto-organização que eu vinha falando é uma das grandes noções, mas outra noção muito importante é emergência, há um debate teórico secular sobre esse assunto.             

Nós já fizemos três conversas – os vídeos estão disponíveis no site do IEA – e essa será a quarta. E um assunto que vai surgir lá, que realmente muito pouca gente deve ter ouvido falar, é o da chamada lógica paraconsistente. O grande pioneiro dessa questão foi o professor Nilton da Costa. Ela certamente vai falar sobre lógica paraconsistente, que é um assunto que deveria ser mais levado em conta, já que uma boa parte das pessoas ainda tem uma noção de que a lógica ainda é aquela tal lógica clássica, que foi superada por várias outras lógicas, vamos dizer assim, uma delas é essa lógica paraconsistente.

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