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Por Simone Lemos

Nesta edição de sua coluna, a professora Marisa Midori fala da vida cultural da cidade de Santos, de José Luiz Tahan, da Livraria Realejo, localizada naquele município, e sobre a importância das livrarias de rua. “Para minha surpresa, recebi há dias um livro cheio de bossa da Editora Vento Leste. Cheio de bossa e de cores, pois, além da capa ser muito bonita, o Zé Tahan é um excelente contador de histórias, mesmo os temas mais sombrios ganham com ele uma coloração muito especial. E uma musicalidade que é só dele, bastando lembrar que a Livraria Realejo guarda as sextas-feiras à tarde para um choro com seus convivas!

E foi lendo Um Intrépido Livreiro nos Trópicos que eu aprendi muito mais sobre este santista cinquentenário, que conheceu seu primeiro emprego no balcão de uma livraria aos 18 anos de idade. Ali ele aprendeu a fazer de tudo: a não se esquecer de desenhar; a se aventurar nos mares da edição, com a Realejo Edições; a fazer curadoria, após a criação da Tarrafa Literária; e a pescar mais leitores, com a organização do Clube Realejo. Milton Hatoum, José Roberto Torero e Xico Sá estão entre seus clientes mais ilustres. 

O livro começa com uma coletânea de escritos publicados na imprensa. Há muitas contribuições que circularam nos jornais de Santos e outras no PublishNews. Pelo volume e a variedade das crônicas, não é difícil concluir que estamos diante de um autor muito ativo e, também, muito criativo. Os casos são interessantíssimos. Eu vou ler um caso bem curtinho e saboroso, cuja ironia só pode ser captada se a gente tiver na mente a imagem do livreiro que vê o mundo detrás de seu balcão. O caso se chama Verão e diz o seguinte: ‘Moça e criança adentram/Vocês têm sorvete?’.

É verdade que esta passagem bem poderia servir como um resmungo, mas vou ler um resmungo bem curtinho: ‘Pedido da manhã para animar: o senhor tem capa para livro? Não serve o livro? – ele vem com capa e tudo’.”

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