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Um dos jornais mais antigos de Ontário, no Canadá, o The Hamilton Spectator, está fechando sua redação física, o que o professor Carlos Eduardo Lins da Silva considera uma péssima notícia. O jornal existe desde 1846, na cidade de Hamilton, a qual, com seus 580 mil habitantes, é a quarta maior da província e a 10ª maior do Canadá. A redação deve fechar este mês, preocupando com a ameaça de desemprego os seus 50 jornalistas. Lins da Silva lembra que este não é o primeiro caso a ocorrer na América do Norte, citando como outro exemplo o Daily News, um dos mais importantes e influentes da cidade de Nova York, que conheceu o mesmo destino em 2021, fechando para todo o sempre sua redação.

Essa situação, na qual o jornalista não tem mais uma redação para trabalhar, fazendo-o de casa, enfraquece o jornalismo, que é muito melhor quando realizado em equipe. “Para mim, jornalismo é um trabalho de equipe, acima de tudo […] a redação é uma grande escola, os jornalistas mais jovens aprendem muito só de ouvir os mais experientes falando.” Ele cita sua própria experiência para corroborar essa afirmação, na época em que trabalhava na redação do Diários Associados. “Ali eu passava muito mais tempo do que meu horário de expediente apenas para conversar, para ouvir o que meus ídolos, que trabalhavam lá, tinham a falar, e às vezes só para poder ouvi-los conversando entre si”, comenta ele. “Isso tudo era um aprendizado fantástico […] então, o fim das redações físicas, o fim da presença física dos jornalistas nas redações, é, sem dúvida nenhuma, um grande malefício para a qualidade do jornalismo.”

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