Evento de psiquiatria convida população a aprender mais sobre transtornos mentais

Táki Cordás comenta o evento, que abrange 160 palestras de especialistas sobre uma variedade de temas, de estigmas a tratamentos

 02/09/2024 - Publicado há 3 meses
Imagem de um palestrante, em pé, falando para dezenas de pessoas sentadas e ouvindo atentamente
O evento é a 10ª edição do IPq Portas Abertas, quando especialistas e profissionais explicam tudo sobre transtornos neuropsiquiátricos – Foto: Divulgação IPq/USP
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O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (IPq) recebe a população para uma conversa gratuita sobre saúde mental e emocional. O evento é a 10ª edição do IPq Portas Abertas, quando especialistas e profissionais explicam tudo sobre transtornos neuropsiquiátricos; será no próximo dia 6, sexta-feira, das 8h às 17h, e contará com 160 palestras ao longo do dia. Para participar, basta se inscrever aqui: é gratuito e aberto a todos.

Táki Cordás, professor de psiquiatria e coordenador do IPq Portas Abertas, diz que a intenção do evento “é oferecer a melhor visão, a visão mais ampla, mais moderna, de cada um dos temas abordados”. Ele ressalta, porém, que o IPq Portas Abertas não é um oferecimento de consulta médica, que os psiquiatras não irão atender a ninguém, mas sim apresentar os principais pontos de cada uma das doenças.

Sobre o evento

“Quando elaboramos o IPq Portas Abertas, tínhamos claramente a ideia do combate ao preconceito, ao estigma dos transtornos psiquiátricos”, afirma Cordás. Segundo ele, a importância do evento é oferecer informação, o que combateria o maior problema ligado às questões psiquiátricas: o desconhecimento.

Táki Cordás – Foto: Arquivo Pessoal

Hoje ainda se associa a psiquiatria a transtornos “de louco” ou incuráveis. Já as palestras do IPq Portas Abertas visam a justamente desconstruir essa visão, discutindo as evoluções da medicina e o tratamento de transtornos. “Mostrar às pessoas que um transtorno psiquiátrico não é uma questão de caráter, de fraqueza, de problema moral”, diz o professor.

Um outro estigma é que problemas de saúde mental são para a vida toda. Mas Cordás comenta que, além de não ser necessariamente verdade, mesmo se for o caso, não seria diferente de outras áreas da medicina. Se algumas questões vão ser solucionadas rapidamente e outras serão administradas durante a vida inteira, da mesma forma é um problema cardiovascular, por exemplo. “Hoje a psiquiatria, em seus diversos aspectos, têm uma eficácia dos tratamentos semelhantes à eficácia dos tratamentos cardiológicos, portanto, ela se equipara a outras áreas da medicina.”

Evoluções da psiquiatria

Esse campo da medicina avança rapidamente e traz a cada ano novidades a serem abordadas. Sobre o que mudou desde que Táki Cordás auxiliou o primeiro IPq Portas Abertas, ele diz: “Temos nesses dez anos muita coisa nova em termos de tratamento de depressão, de psicose, de transtornos alimentares, ou seja, há diferentes possibilidades terapêuticas, não só medicamentosas, mas também modelos de intervenção psicoterápica, seja no indivíduo, seja na família”. Por outro lado, surgem novos desafios também, como o vício em telas e aparelhos eletrônicos. Ou, em casos de vícios mais delimitados, em redes sociais ou pornografia, que têm crescido nos últimos tempos.

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A intenção do evento é abordar todos esses temas e oferecer uma conversa franca sobre a psiquiatria. Vale ressaltar a mensagem de Cordás que, diferentemente do que pensa o senso comum, os transtornos psiquiátricos têm causas conhecidas e naturais, podem ser tratados e não necessariamente a pessoa fica dependente de um auxílio pela vida toda. Desconstruir esses estigmas, como comenta ele, é importante até para facilitar o acesso aos tratamentos, dado que muitos sofrem em silêncio por se basearem em crenças antiquadas.


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