A guerra entre Israel e o Hamas vem sendo considerada uma das mais letais para jornalistas. Segundo Carlos Eduardo Lins da Silva, há uma mortandade sem precedentes num conflito, principalmente por este ocorrer numa faixa pequena de território, como é o da Faixa de Gaza. Dos 85 mortos em quatro meses de guerra, a maioria são jornalistas palestinos, quatro são israelenses e outros três, libaneses. O colunista observa ainda que jornalistas de outras nacionalidades têm sido impedidos de ir ao campo de batalha – só podem entrar em Gaza acompanhados por soldados da força de defesa de Israel. A justiça israelense tem se negado, sob justificativa de falta de segurança, a permitir a cobertura in loco dos conflitos.
“Sem poder estar no local dos acontecimentos, fica muito difícil você fazer uma cobertura factual do que está ocorrendo”, alerta o colunista. “Já é difícil mesmo se os repórteres estão lá, porque a altíssima densidade populacional em Gaza e todas as controvérsias que existem, o clima de hostilidade mútua entre israelenses e palestinos, tudo isso dificulta demais a apuração de notícias e informações com o mínimo de factualidade, com o mínimo de objetividade”. Ele acrescenta: “Para o benefício da sociedade internacional, para o benefício dos próprios protagonistas do conflito, seria muito bom se pudesse haver algum tipo de cobertura factual, algum tipo de cobertura controlada que filtrasse as informações reais das informações que são fantasiosas ou que são mera propaganda”.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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