Hoje (21) o professor Bruno Bedo explica o porquê das mulheres serem mais acometidas de lesões no ligamento cruzado anterior (LCA) – que, juntamente com os demais ligamentos que compõem a articulação do joelho, é responsável pela estabilidade da articulação – do que os homens.
Essa diferença, diz ele, deve- se há fatores hormonais, anatômicos e biomecânicos. “Nos hormonais, por exemplo, há um maior índice de lesão nos períodos pré-ovulatório, ovulatório, do ciclo menstrual, devido ao aumento de estrogênio, há uma maior lassidão dos ligamentos e uma piora da resposta neuromotora.” Ainda segundo ele, um estudo publicado no jornal britânico de medicina esportiva mostrou que o gênero, como uma construção social extrínseca e não intrínseca, provavelmente influencia em muitos fatores o risco que, anteriormente, era considerado intrínseco da atleta se lesionar. “Logo uma reflexão sobre o aspecto social das mulheres no esporte deve ser levado em consideração em estudos sobre o risco das atletas se lesionarem.”
Bedo refere-se à importância de incorporar o gênero ao estudo de lesões LCA para considerar possíveis influências fora dos elementos biológicos tradicionais, ou seja, os tradicionais hormonais, anatômicos e biomecânicos, assim como se torna fundamental refletir sobre como essas atletas estão sendo preparadas adequadamente para o meio esportivo e para os treinamentos preventivos. “Uma vez que tivermos a mesma preparação, a mesma reabilitação para homens e mulheres, então um contexto social igual para ambos os gêneros, vai ficar mais fácil a gente atribuir o risco de lesão unicamente a fatores biológicos, como eu disse anteriormente, então é muito importante essa visão ambiental de gênero entre homens e mulheres no risco de lesões”, finaliza.
Ciência e Esporte
A coluna Ciência e Esporte, com o professor Bruno Bedo, vai ao ar toda sexta-feira às 10h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.
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