Blog

A disparada dos preços de combustíveis, provocada pela guerra na Ucrânia, é tema da coluna Reflexão Econômica desta semana, com o professor Luciano Nakabashi, que avalia as alternativas do governo e da Petrobras.

O professor afirma que, por ser uma matéria-prima importante, os custos do petróleo afetam diretamente o bolso do consumidor e geram inflação. É um produto, informa, que possui tributos altos, mas “é compreensível que sejam altos porque é muito poluente”. O problema, garante Nakabashi, é o momento particular de guerra com preços aumentando significativamente.

Então, o que fazer para amenizar a situação? A desoneração dos impostos é algo complicado, que precisa ser bem pensada, insiste o professor, pois pode ter impacto nas contas do governo. “Deixar realmente aumentar” os preços nas bombas de combustíveis tem impacto direto nas eleições, mas o que realmente importa é o reflexo na inflação, que “pode aumentar os juros e afetar o desempenho da economia brasileira” ainda mais.

Assim, Nakabashi acredita que a melhor solução “talvez seja o controle dos preços”. A resistência de diversos analistas econômicos para a questão do controle dos preços é justificável, porém, “neste momento talvez seja a melhor alternativa, desde que seja pontual”. É que “a nossa economia não está aquecida; a gente não tem inflação de demanda”; então, pontualmente, continua o professor, o controle de preços pode ser viável por não afetar as contas do governo e segurar a inflação. Nakabashi diz que seria uma atitude com custos, por afetar investidores e os preços das ações, mas seria “uma decisão socialmente melhor”.

Além da defesa pontual do controle de preços, Nakabashi alerta para a necessidade de investimento em energia limpa (eólica e solar). “É o momento de aumentar o incentivo ao aumento da matriz energética proveniente de fontes eólicas e solares”, diz o professor, adiantando que, ao longo do tempo, o País deve ainda investir em veículos elétricos. 

.