Segundo Luciano Nakabashi, países com renda mais baixa tendem a crescer mais, já que o crescimento da renda faz com que a incidência de pobreza numa região diminua. Isso acontece em municípios brasileiros: aqueles que têm uma renda per capita menor tendem a crescer mais.
“Enquanto a convergência da pobreza, dependendo do resultado, ela não existe ou é menor que a convergência da renda […] esse processo de convergência da renda é menor e, quando a renda aumenta, a pobreza nesse município também reduz menos. O efeito da renda sobre a redução da pobreza é menor. A própria pobreza reduz esses efeitos da convergência de renda e da renda, reduzindo a pobreza num determinado município do Brasil”.
O colunista se vale do conceito de capital emocional, que pressupõe que famílias que vivem na pobreza, a ponto de crianças estarem em ambientes mais vulneráveis e turbulentos, “tendem a desenvolver menos o capital emocional, que é aquela resiliência que a criança e as pessoas têm, a capacidade de aproveitar o seu potencial e desenvolver o próprio potencial. Isso aí reduz o crescimento daquele município, você tem menos capital emocional, as crianças conseguem aproveitar menos o seu potencial, conseguem acumular menos capital humano e isso reduz o crescimento e o próprio crescimento faz com que essa parcela da população tenha mais dificuldade de aproveitar os seus benefícios, o que faz com que a convergência da pobreza seja bem menor do que a convergência da renda que existe nos municípios brasileiros”.
Reflexão Econômica
A coluna Reflexão Econômica, com o professor Luciano Nakabashi, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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