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O governo da Colômbia e o grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional anunciaram a implementação de um cessar-fogo, a ter duração de seis meses, a partir do dia 6 de julho. Alberto do Amaral, em seu comentário sobre o tema, diz que a Colômbia tem vivido, nos últimos 60 anos, uma guerra interna que já causou milhares de vítimas e milhões de pessoas deslocadas internamente. Não é a primeira vez que se tenta um acordo de paz, muitos foram interrompidos e os acordos eventualmente celebrados não foram cumpridos, a última tentativa se deu em 2016, quando o governo colombiano alcançou um acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que acabou não frutificando.

Com a eleição de Gustavo Petro para governar o país, um presidente de esquerda e ex-guerrilheiro, surgiu a decisão de implementar um processo de paz que finalmente se desenvolva e atinja seu objetivo, ou seja, um processo de paz total, “que significa que o governo deve se comprometer a desapropriar e a entregar às pessoas terras suficientes para que elas possam ter um domínio daquilo que lhes pertencem; o segundo fato importante é que uma paz total significa oportunidades de emprego para a juventude, significa que não somente se deve devolver terras, se deve oferecer possibilidades de trabalho para uma juventude que é capturada pelo narcotráfico; o terceiro ponto salientado é que o narcotráfico domina toda a realidade colombiana, toda a política colombiana, não são apenas as redes criminais, mas também a política do país. Isso significa que a Colômbia terá que promover uma reconversão da atividade econômica”.

Alberto do Amaral chama a atenção, porém, para o fato de que essa reconversão da atividade econômica não passa apenas por uma questão interna colombiana, mas exige medidas conjuntas com outros governos latino-americanos, sem deixar de lado a realidade de que muitos consumidores localizados na Europa ou nos Estados Unidos consomem cocaína produzida na Colômbia. “É claro que as dificuldades continuarão, mas em menor escala. Nós não sabemos se o processo terá êxito, mas é preciso ter confiança de que o governo colombiano será capaz de negociar um acordo nacional no qual todas as partes estejam envolvidas, tenham capacidade de conversar e expressar as suas opiniões e de se comprometer efetivamente com aquilo que foi comprometido e prometido à população”, conclui Alberto do Amaral.

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