Alexandre Gonçalves Pinto, também conhecido como “Animal”, é autor de um conjunto de histórias que revela a nostalgia de um tempo vivido próximo dos chorões da primeira metade do século 20. O texto dessa narrativa é de 1936 e, nele, Animal descreve como eram os músicos e compositores dessa linhagem da música brasileira, o choro. Conta também os feitos e causos, com uma narrativa apaixonante que nos transporta no tempo.
Na narrativa sobre o flautista Joaquim Antônio Callado, por exemplo, para além do prestígio do músico e compositor, encontramos os detalhes de seu contexto e de sua vida.
Outro destaque do programa é Salvador Marins, com seu código para sinalizar aos demais do grupo que naquele “pagode” não havia “pirão”. Música e comida andavam juntos.
O programa também lembra do excelente flautista e maestro Alfredo Vianna, com seu imenso arquivo musical de partituras que, mais tarde, ficaria em poder de seu filho, Pixinguinha.
Com muito afeto, o autor nos mostra um Ernesto Nazareth muito cavalheiro, um gentleman tão fino quanto suas melodias e suas harmonias. Mas também expõe defeitos e causos, como no caso de Josino Facão e das troças que se aprontava com ele e seu oficleide. Ou ainda como da flauta velha de Leopoldo Pé de Mesa.
Temos Chiquinha Gonzaga, figura feminina que abre as portas de um ambiente pouco vivido pelas mulheres daquela época. E Catulo da Paixão Cearense, herdeiro dos trovadores que, com seu poema Passado traz esse tempo nostálgico.
Créditos do programa
Pesquisa e voz adicional: Amanda Ferraresi
Interpretação do poema O passado, de Catulo da Paixão Cearense: Gustavo Xavier
Interpretação de “Animal”: Cido Tavares
Os textos do programa foram extraídos do livro O choro – reminiscências dos chorões antigos.