Sociedade em foco #182: As políticas públicas no Combate à dengue

José Luiz Portella explica que o combate a essa arbovirose é um problema multifacetado

 05/03/2024 - Publicado há 2 meses
Momento Sociedade - USP
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Sociedade em foco #182: As políticas públicas no Combate à dengue
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Em 2024, a dengue, doença endêmica do Brasil transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, volta em um surto violento, com milhares de casos registrados em diversos estados da Federação.

Segundo José Luiz Portella, doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados, o governo possui responsabilidade no combate a essa infecção, mas o comportamento da sociedade também deve ser levado em conta: “Existe uma questão da conduta da população brasileira. A campanha da dengue já se repete há anos e anos, dizendo onde que nasce, onde que vai viver o mosquito da dengue e as pessoas continuam a repetir o comportamento errado. Não há campanha que aguente se as pessoas não mudarem”, afirma o pesquisador.

Já em relação às políticas públicas, Portella explica que existem dois problemas no Brasil. O primeiro deles é que, na implantação, a sociedade passa a confundir intenção com operação: “Cristalizou a ideia que basta você ter a preocupação, basta você ter um sentimento. É preciso saber aplicar isso. Não adianta você tomar a decisão de ter atitude e não montar uma estrutura que funcione em termos de combate à dengue.” explica o professor.

Outro aspecto que sabota as campanhas de combate à dengue é a passividade e aceitação das pessoas quanto aos problemas de causas naturais: “Por outro lado, tem uma aceitação: ‘ah, isso é assim mesmo. O Brasil é assim mesmo, vai se repetir’. Isso é a desgraça total em termos de política pública, é a falência que a gente tem notado.”

A saída, segundo o pesquisador, deve ser o estudo minucioso das políticas públicas: “Não adianta só a elaboração, tem que saber aplicar a parte da implantação e depois medir os resultados para ver onde deu certo e onde não deu,” conclui José Luiz Portella.


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