O músico José Dias Nunes foi o tema da entrevista desta quinta-feira (12) no podcast Os Novos Cientistas. Estamos falando de Tião Carreiro, considerado um dos criadores do ritmo pagode de viola. “Tião Carreiro foi transformado em referência para uma geração de violeiros a partir dos anos de 1950”, destacou o músico e professor Thiago da Silva Pires, autor de um estudo de mestrado apresentado na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP em que analisa gravações da discografia do violeiro que fazem referência ao universo das religiosidades de terreiro. A pesquisa intitulada Arapô: a religiosidade de terreiro na discografia do violeiro Tião Carreiro teve a orientação do professor e também violeiro Ivan Vilela, da ECA.
Para elaborar seu estudo, Thiago considerou o protagonismo de Tião Carreiro junto à viola. Como método de pesquisa, o músico fez a escuta da discografia do artista e definiu o conceito de religiosidades de terreiro e suas bases filosóficas. “Além disso realizei uma revisão bibliográfica de trabalhos onde Tião Carreiro e sua música figuram como objeto de
pesquisa”, destacou o pesquisador.
De acordo com Thiago, Ara-Pô é o nome de uma música presente no álbum Hoje eu não posso ir, lançado em 1972 pela gravadora Chantecler. “Ao todo, acessei 28 álbuns de 78 rotações, 12 compactos e 69 LPs e CDs lançados entre 1952 e 2014”, contou o pesquisador. Além disso, ele também entrevistou Alex Marli, filha do artista, Sebastião Gonçalo e Luiz Faria, amigo pessoal e violeiro. De acordo com Thiago, as letras das músicas sertanejas apontam a religiosidade como recurso de seus atores para lidar com conflitos e violências presentes no rural brasileiro.
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