Mulheres negras que atuam em profissões elitizadas impactam a estrutura do racismo

Estudo realizado na Faculdade de Educação (FE) da USP mostra que essas mulheres também causam impactos nas estruturas de trabalho, como a chamada prática de fissuras

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 Publicado: 04/04/2024
Novos Cientistas - USP
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Mulheres negras que atuam em profissões elitizadas impactam a estrutura do racismo
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Na edição desta quinta-feira (4) do podcast Os Novos Cientistas, a convidada foi a pesquisadora Adriana Sousa. Ela é autora de um estudo de doutorado realizado na Faculdade de Educação (FE) da USP que mostra como as mulheres que atuam em profissões elitizadas acabam causando o que ela denomina “práticas de fissuras” na estrutura racial brasileira.

Durante o bate-papo com os jornalistas Antonio Carlos Quinto e Roxane Ré, Adriana contou que sua pesquisa teve como base entrevistas com 11 mulheres atuantes em profissões elitizadas nas áreas do Direito, Medicina e Engenharia. Numa sociedade marcada pela desigualdade racial, como a brasileira, essas mulheres negras que chegam ao topo de suas profissões causam impactos nas estruturas de trabalho e abrem caminhos para mais pessoas pretas, entre outras consequências. “Um desses impactos é o que denomino em meu estudo como as ‘práticas de fissura’”, explicou a pesquisadora.

A pesquisa intitulada Mulheres negras em profissões elitizadas: as práticas de fissura, foi concluída em 2022 e contou com a orientação da professora Fabiana Augusta Alves Jardim. Adriana considera que seu tema de pesquisa seja inédito, visto que não há dados e existe pouca literatura que permita avaliar questões de raça com relação à trajetória de mulheres negras inseridas em áreas de prestígio do mercado de trabalho. “Há silêncios acerca dos lugares profissionais de mulheres negras nas áreas do direito, da medicina e da engenharia. Ainda assim, é a academia brasileira que mais carece avançar nos estudos sobre a atuação profissional de mulheres negras em áreas do trabalho elitizado”.

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