Muco retirado da pele de peixes pode combater bactérias nocivas à saúde humana

Os experimentos foram realizados em pesquisa de mestrado desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba

Por
 24/02/2022 - Publicado há 2 anos
Jornal da USP
Jornal da USP
Muco retirado da pele de peixes pode combater bactérias nocivas à saúde humana
/

Estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, mostra que o muco retirado da pele de duas espécies de peixes nativas do Brasil podem ser eficientes no combate a algumas bactérias nocivas à saúde humana. De acordo com a autora do estudo de mestrado, Marina Rodrigues Mazine, o muco epidérmico analisado foi obtido do dorso de pacu e tambaqui. “As duas espécies são nativas do Brasil”, explicou a pesquisadora em entrevista ao podcast Os Novos Cientistas desta quinta-feira (24).

O estudo intitulado Potencial antimicrobiano do muco epidérmico de pacu (Piaractus mesopotamicus) e tambaqui (Colossoma macropomum), espécies nativas do Brasil teve a orientação da professora Thais Maria Ferreira de Souza Vieira. De acordo com Marina, a composição do muco retirado dos peixes e utilizado nos experimentos ainda não totalmente conhecida. “Serão necessárias mais análises”, contou a pesquisadora. Mas os resultados são animadores porque o muco mostrou-se eficiente contra as bactérias Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Staphylococcus aureus e Salmonella entérica.

Marina também contou que as coletas de amostras do muco da pele dos peixes foram realizadas em dois momentos diferentes do ano para identificar a influência da sazonalidade na composição do muco. “Os peixes estão em constante contato com diversos microrganismos no ambiente aquático e isso torna relevante o estudo dos seus mecanismos de resposta imune, sendo o muco epidérmico o primeiro mecanismo de defesa, já que está em contato com o ambiente externo”, descreveu Marina.

Disponível também na plataforma Spotify


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.