Estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, mostra que o muco retirado da pele de duas espécies de peixes nativas do Brasil podem ser eficientes no combate a algumas bactérias nocivas à saúde humana. De acordo com a autora do estudo de mestrado, Marina Rodrigues Mazine, o muco epidérmico analisado foi obtido do dorso de pacu e tambaqui. “As duas espécies são nativas do Brasil”, explicou a pesquisadora em entrevista ao podcast Os Novos Cientistas desta quinta-feira (24).
O estudo intitulado Potencial antimicrobiano do muco epidérmico de pacu (Piaractus mesopotamicus) e tambaqui (Colossoma macropomum), espécies nativas do Brasil teve a orientação da professora Thais Maria Ferreira de Souza Vieira. De acordo com Marina, a composição do muco retirado dos peixes e utilizado nos experimentos ainda não totalmente conhecida. “Serão necessárias mais análises”, contou a pesquisadora. Mas os resultados são animadores porque o muco mostrou-se eficiente contra as bactérias Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Staphylococcus aureus e Salmonella entérica.
Marina também contou que as coletas de amostras do muco da pele dos peixes foram realizadas em dois momentos diferentes do ano para identificar a influência da sazonalidade na composição do muco. “Os peixes estão em constante contato com diversos microrganismos no ambiente aquático e isso torna relevante o estudo dos seus mecanismos de resposta imune, sendo o muco epidérmico o primeiro mecanismo de defesa, já que está em contato com o ambiente externo”, descreveu Marina.
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