Momento Sociedade #37: Arte e esportes serão fundamentais na saída da quarentena

De acordo com José Luiz Portella, políticas públicas voltadas à cultura serão importantes para garantir a conexão entre as pessoas, a valorização do coletivo e a criação de cidades harmoniosas

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 02/06/2020 - Publicado há 4 anos
Momento Sociedade - USP
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Momento Sociedade #37: Arte e esportes serão fundamentais na saída da quarentena
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Neste Momento Sociedade, José Luiz Portella fala que, na pandemia, além das questões de saúde, focadas em salvar vidas e das questões de economia, que visam a garantir emprego e sobrevivência, há também as questões psicológicas, capazes de impactar não somente o presente, com desdobramentos como estresse, depressão, ansiedade e insônia, mas também o futuro: a saída da quarentena e o estado psicológico da sociedade.

Portella acredita que as políticas públicas precisarão ser elaboradas para cuidar do coletivo e garantir às pessoas experiências reais e prazerosas: “A saída da quarentena é um desafio porque envolve uma reeducação completa. A cidade pode ser um ambiente facilitador ou inóspito, pode ser gentil ou rude. Os espaços públicos ganham uma enorme relevância porque são simbólicos. Então, a questão é como utilizá-los para criar um ambiente físico e mental que cause prazer, liberdade e harmonia a tudo o que não estamos tendo”.

Segundo Portella, a saída da quarentena pode representar uma oportunidade para que as cidades produzam, por meio da arte e dos esportes, o ambiente harmonioso que já não existia devido à rotina diária dos cidadãos: “Todo mundo sabe que São Paulo é uma cidade tensa, hostil, mas vai se enfronhando no dia dia de cada um e deixa isso para terceiro plano. Os instrumentos para isso são arte e esportes, mas, mais do que esporte, atividade física no geral e o local são os espaços públicos que temos e não ocupamos, como deveríamos, com a intensidade e cuidado que deveríamos. A gente pensa na arte só como atividade de contemplação e não é, pois teria que ser a arte de participação, daí vem a arteterapia e o esporte num aspecto mais de entretenimento do que de disputa, juntar pessoas, mostrar a necessidade do coletivo”. 

Para ele, o celular e as novas tecnologias colocaram as pessoas muito próximas do contato, mas não de forma pessoal, física, de convivência real, porque as pessoas acabaram se afastando, o que torna a arte e o esporte fundamentais no processo de readaptação social e valorização do coletivo: “Precisamos cuidar do real, mas também do simbólico”.

Saiba mais ouvindo o episódio na íntegra.


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