Momento Odontologia #64: Machuquei meu dente! E agora?

Projeto da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP leva informações para pais, professores e cuidadores sobre o que fazer quando uma criança quebra um dente ou o tem totalmente arrancado em um acidente

 29/06/2020 - Publicado há 4 anos
Momento Odontologia - USP
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Momento Odontologia #64: Machuquei meu dente! E agora?
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Um problema que aflige os pais ou qualquer adulto que está próximo é quando uma criança quebra ou arranca um dente inteiro. Esse tipo de acidente pode acontecer nas brincadeiras e praticando esportes, em casa, na escola, no parque ou na rua, e são mais comuns do que se imagina.

No ano passado, só no serviço de trauma oferecido pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP foram feitos mais de 800 procedimentos em crianças e adolescentes vítimas de dente quebrado ou arrancado. Esse volume levou os profissionais, que atendem no setor, a criar o projeto  Machuquei meu dente! E agora? para orientar pais, cuidadores e educadores sobre o que fazer nesses casos. 

No Momento Odontologia desta semana, a acadêmica Camila Roberta Garrefa Dagostini, da Forp, que participa do projeto, conta que a melhor conduta é  sempre procurar o dente perdido, seja só um pedaço ou o dente inteiro. No caso de pedaço, colocar num pote com água e procurar o dentista, pois, nesse caso, a dentina pode ficar exposta. Se o dente saiu por inteiro, pegar pela coroa (a parte branca mais arredondada), lavar rapidamente em água corrente e, se conseguir, colocar de volta na boca no local de onde saiu. Se não conseguir, colocar no leite e procurar o dentista no prazo de uma hora. 

Se o pedaço do dente ou o dente inteiro não forem encontrados, o dentista também deve ser procurado o mais rápido possível, pois, quando se quebra um dente, normalmente, a dentina é exposta e pode exigir um tratamento de canal. “No caso do dente inteiro, o melhor é o reimplante dental, mas, se ele não for encontrado, o paciente deve procurar o cirurgião-dentista para verificar se o dente não está totalmente intruído (quando o dente se desloca para dentro do osso alveolar).  “Se realmente o dente for perdido, o dentista vai verificar a melhor solução para cada caso.”

Sobre as ocorrências do trauma, Camila diz que existem duas situações, as que envolvem o paciente e as que envolvem o ambiente. Quando relacionadas aos pacientes, os mais sujeitos ao trauma são aqueles que têm má oclusão, como os dentes para a frente, por exemplo. Já em relação ao ambiente, as ocorrências mais comuns acontecem em creches, clubes, escolas, quadras de esportes,  ou qualquer lugar que tenha várias crianças correndo e brincando juntas, pois ficam sujeitas a tropeçar, se esbarrar ou cair.

Camila lembra que a prevenção ao trauma dental está sempre ligada à orientação aos professores, pais e cuidadores. Os pacientes adolescentes ou jovens adultos com má oclusão devem ser orientados a procurar um tratamento ortodôntico e, para aqueles que praticam esportes de contato, como lutas, que usem protetores bucais. “Mas é essencial que as crianças sejam sempre supervisionadas por um adulto.”

Para finalizar, a acadêmica informa que, no caso de acidente com dente decíduo, mais conhecido como dente de leite, se acontecer a perda de um pedaço, é preciso procurar o dentista o mais rápido possível, pois o que sobrou pode ficar com uma parte cortante e machucar a boca da criança. Se o acidente arrancar o dente inteiro, “a literatura não recomenda o reimplante, pois pode gerar um dano ao dente permanente”, finaliza.

Ouça na íntegra este episódio do Momento Odontologia no player acima.

Produção e Apresentação Rosemeire Talamone
CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB)
Edição: Rádio USP Ribeirão
E-mail: ouvinte@usp.br
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS  
 
 

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