Momento Cidade #35: Quem são as famílias em busca de um lar na capital?

Nesta edição, o entrevistado é o pesquisador Carlos Roberto Filadelfo de Aquino, autor da tese “A luta está no sangue: família, política e movimentos de moradia em São Paulo”, defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Por
 04/12/2020 - Publicado há 3 anos
Momento Cidade - USP
Momento Cidade - USP
Momento Cidade #35: Quem são as famílias em busca de um lar na capital?
/

Moradia significa casa, abrigo e proteção. Ela é um direito reconhecido desde 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, além de estar na Constituição Federal Brasileira de 1988. Mas a realidade nem sempre corresponde aos ideais. De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação, em São Paulo existem pelo menos 360 mil famílias sem lugar para morar.

Para entender melhor a luta por moradia frente ao déficit habitacional paulistano, o Momento Cidade desta semana entrevista o pesquisador Carlos Filadelfo, antropólogo e professor do programa de pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Piauí. Desde o mestrado, ele estuda os movimentos de moradia na cidade de São Paulo.

De acordo com Filadelfo, esses movimentos têm origem nos anos 1980, durante o processo de redemocratização. Eles nascem nos bairros periféricos, principalmente na zona leste da capital paulista. Sua tese de doutorado, defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, foi marcada pelo trabalho de campo e teve a questão familiar como ponto central: “Quando você fala de família você está falando de muitas coisas. Perpassa essas relações entre Estado e movimento. Você consegue ver desigualdade, questões habitacionais, novos arranjos de família, questões de gênero e sexualidade, famílias monoparentais”. Na sua opinião, é crucial olharmos para além das lideranças desses movimentos.

Uma das conclusões do estudo foi a compreensão da heterogeneidade por trás da luta, tanto dos membros dentro dos movimentos de moradia quanto do Estado, representado por autoridades políticas diversas. “São pessoas ali muito complexas, por mais que você tenha uma homogeneidade de classes ou de condições de habitação muito precárias há muita heterogeneidade, de posicionamento, de sonhos, da relação com a cidade de São Paulo, com a relação da família, questões de gênero, questões culturais”, finaliza.

A tese completa pode ser acessada neste link.

Ouça o podcast na íntegra no player acima. Siga no Spotify, no Apple Podcasts ou seu aplicativo de podcast favorito.

Ficha técnica

Reportagem: Giovanna Stael
Produção: Denis Pacheco
Edição: Beatriz Juska e Guilherme Fiorentini


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.