Momento Odontologia #61: Gotículas de saliva também podem transmitir mononucleose infecciosa

Também conhecida como “doença do beijo”, apesar de menos agressiva que a covid-19, traz desconforto e pode ser transmitida ao falar, espirrar, tossir e pelo uso de utensílios compartilhados

 08/06/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 14/06/2020 as 22:06
Momento Odontologia - USP
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Momento Odontologia #61: Gotículas de saliva também podem transmitir mononucleose infecciosa
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Se a pandemia despertou em você a vontade e a necessidade, claro, em adquirir a mesma etiqueta social dos orientais, como usar máscaras, não ficar tocando nas pessoas, lavar as mãos com frequência e usar álcool gel; saiba que esses hábitos também podem evitar que você adquira outros vírus, como o epstein-barr, por exemplo. Esse vírus é responsável pela mononucleose infecciosa, doença respiratória mais conhecida como “doença do beijo”. E esse é o tema do Momento Odontologia desta semana. A mononucleose não é tão agressiva e perigosa quanto o novo coronavírus, mas pode trazer uma série de desconfortos, como os que ocorreram com o jornalista Michel Sitnik, que passou 30 dias com sintomas variados, como fraqueza, prostração, dor de garganta, muita febre e enjoo. 

Segundo a pós-doutoranda Maya Fernanda Manfrin Arnez, do Programa de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP, a mononucleose infecciosa é uma doença contagiosa causada por um vírus da família do herpes, conhecido como epstein-barr, e pode ser adquirida na infância ou durante a gestação, “mas é na adolescência que se observam as manifestações agudas e autolimitadas”. 

O fato de ser uma doença que se manifesta na adolescência fez com que Sitnik demorasse para ter o diagnóstico da mononucleose, pois no seu caso ela apareceu aos 30 anos. Já o gerente industrial André Vivas Valim, de 42 anos, não fugiu à regra. A mononucleose se manifestou aos 19 anos e ele só descobriu em função da experiência do médico que o atendeu, pois o exame de laboratório não apontou a infecção, o que é comum acontecer na primeira semana da doença, segundo especialistas. Os sintomas de Valim foram semelhantes aos que afetaram Sitnik, mas duraram menos tempo, cerca de 15 dias. 

Maya alerta que os sintomas podem ir além e causar hipertrofia de gânglios e aumento do baço. “Os sinais na cavidade bucal são pontos avermelhados e úlcera no ‘céu da boca’, com presença de dor, ardor, inchaço e aumento das amígdalas, provocando dificuldade respiratória.” 

Sitnik não sabe onde foi contaminado, mas Valim tem certeza que foi por um beijo trocado.  “O tempo decorrido desde a exposição ao vírus até os primeiros sintomas da doença dura em torno de sete a 14 dias. O desaparecimento da doença ocorre entre quatro e seis semanas”, informa a odontopediatra. 

Sobre o tratamento, Maya diz que consiste em aliviar os sintomas e usar terapia de suporte, como ingestão de líquidos e repouso, como fez Valim, que teve prescrito pelo médico um anti-inflamatório. Já Sitnik sentiu um pouco mais os efeitos, mesmo com o tratamento de suporte, levando 30 dias para melhorar e perdendo 10 kg durante o período crônico da doença. 

Ouça o Momento Odontologia na íntegra no player acima.

Produção e Apresentação Rosemeire Talamone
CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB)
Edição: Rádio USP Ribeirão
E-mail: ouvinte@usp.br
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS  
 
 

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