Com a explosão dos casos de dengue e outras infecções transmitidas por mosquitos, mensagens posts e até algumas autoridades médicas sugerem inseticidas naturais e receitas caseiras para repelentes, inclusive o uso de própolis no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Por isso, esse é o tema do Fake News não Pod dessa semana.
Segundo Beatriz Calasense, acadêmica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, a eficiência desses métodos não possui fundamentação científica. “Essas afirmações já foram desmentidas pela Fiocruz em 2019, inclusive sobre uma suposta farmacêutica da instituição que teria defendido a utilização de própolis em inseticidas caseiros. A Fiocruz também desmentiu que ingredientes como citronela, andiroba, óleo de cravo e outros são reconhecidos pela Anvisa como potenciais repelentes.”
A acadêmica diz ainda que, num post no TikTok, um influenciador digital indica uma receita de aromatizador de ambiente com possíveis propriedades repelentes, o que também foi contestado pela chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos, também da Fiocruz. A chefe do laboratório deixou claro que os efeitos do repelente só fazem sentido sobre a pele humana, já que o objetivo deles é justamente impedir que o mosquito sinta o cheiro da pessoa. “A profissional ressalta a importância da utilização de produtos com eficiência comprovada pela Anvisa, que incluem aqueles à base de icaridina, o DEET e o R3535.
Beatriz lembra que o combate do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e Zika vírus começa dentro de casa, com os cuidados de não permitir o acúmulo de água parada, que pode servir como fonte de desenvolvimento de novas larvas do mosquito.
Produção: UP Vacina Projeto João Fake News (bit.ly/JoaoFakeNews). Roteiristas: Beatriz Calasense, Beatriz Cassiano Michelon e Wasim Aluísio Prates Syed Apresentadora: Beatriz Calasense e Beatriz Cassiano Michelon Edição: Rádio USP Ribeirão Preto