Deficientes visuais podem ter criação e experimentação em exposições artísticas

Pesquisa desenvolvida na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP possibilita experiências estéticas a pessoas cegas diante de obras de arte

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 21/03/2024 - Publicado há 1 mês
Novos Cientistas - USP
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Deficientes visuais podem ter criação e experimentação em exposições artísticas
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Uma pesquisa de mestrado desenvolvida na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP foi o tema do bate-papo desta quinta-feira (21) no podcast Os Novos Cientistas. Os jornalistas Antonio Carlos Quinto e Roxane Ré conversaram com a artista visual e fotógrafa Karen Montija. Ela é autora da pesquisa Picasso Pinta Feio: Proposta de acessibilidade à experiência estética com a arte por meio da mediação com pessoas cegas e com baixa visão em espaços culturais, que teve a orientação da professora Maria Christina Rizzi. Karen também é educadora e especialista em acessibilidade cultural e o principal objetivo de seu estudo foi promover a integração e participação de pessoas cegas e de baixa visão em exposições de arte.

Durante a conversa Karen explicou que sua pesquisa se dá em torno da criação e aplicação do que ela chama de “Proposta de Acessibilidade e Experiência Estética (PAEE)” de exposições artísticas para deficientes visuais. “A criação de uma experiência estética em artes visuais é, conforme o nome indica, pensada sobretudo para o público vidente, com espaço muito reduzido para outros sentidos”, explicou a pesquisadora. “Por conta disso, as ações educativas para pessoas cegas em exposições de arte, tradicionalmente, acabam sobrepondo a informação à experiência estética”, descreveu. Para Karen, a informação e a experiência estética não são rivais, elas têm que caminhar juntas.

O problema está em como proporcionar uma experiência estética a partir de uma obra que o visitante não consegue ver, ou seja, como fazer a obra de arte ser sentida. Para isso, a PAEE propõe que sejam criadas novas formas de apresentar a obra. Ao invés de tentar fazer uma representação fiel da obra, são criadas possibilidades que exploram outros sentidos e perspectivas, como um enfoque histórico ou nas cores, por exemplo.

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