América Latina é o fio condutor na obra de Milton Nascimento

A pesquisadora Fernanda Paulo Marques falou aos Novos Cientistas sobre sua pesquisa que analisou parte da obra do cantor e compositor Milton Nascimento

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 19/05/2022 - Publicado há 2 anos
Novos Cientistas - USP
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América Latina é o fio condutor na obra de Milton Nascimento
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O “Bituca”, ou Milton Nascimento, cantor e compositor mineiro, foi o tema central de uma pesquisa de mestrado apresentada na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. A autora do estudo, Fernanda Paulo Marques, foi a entrevistada desta quinta-feira (19) no podcast Os Novos Cientistas e descreveu alguns detalhes de sua pesquisa. “Meu estudo destaca a importância de Milton Nascimento e do Clube da Esquina, que considero uma importante experiência musical, mas que foi de certa forma invisibilizada na construção da música no Brasil”, disse a pesquisadora.

No estudo intitulado No trilho da década de 1970: o trem chamado Bituca e a viagem pela América Latina, Fernanda analisou músicas que integram seis discos da década de 1970 do compositor e cantor Milton Nascimento, ou o Bituca, que é seu apelido. Os discos analisados foram: Milton (1970), Clube da Esquina (1972), Milagre dos Peixes (1973), Minas (1975), Geraes (1976) e Clube da Esquina 2 (1978). “O objetivo foi destacar o que caracterizamos como América Latina na obra de Milton Nascimento”, destacou a pesquisadora durante a conversa.

Na entrevista, Fernanda propôs um exercício: buscar os principais documentários sobre música Brasileira e observar quantas vezes Milton Nascimento e o Clube da Esquina são citados. “Chega a ser bizarro”, lamentou. “Quando olhamos para a década de 1970, fica mais bizarro ainda”, lamentou, ressaltando que “muitos críticos daquela época mudaram o discurso agora.” Para Fernanda, as músicas de Milton Nascimento acabam não se restringindo somente ao Brasil, mas também num contexto global. “Sua música é completamente aberta ao mundo. Ele não tem gênero musical definido, não tem uma questão de jeito certo ou errado de fazer música”, descreveu a pesquisadora.

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