O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com Luis Fernando Guedes Pinto, agrônomo, mestre em Engenharia Ambiental e doutor em Fitotecnia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, e professor da Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (Escas). Diretor de conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, Pinto fala sobre a conservação da Mata Atlântica e a nova edição do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, publicada em maio deste ano.
“O Atlas foi fundamental para ter toda a política pública, hoje, de conservação da Mata Atlântica”, adianta o diretor. Segundo Pinto, a própria Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/2006) “é muito calcada nos dados do Atlas”, o que o faz ter um “impacto enorme” na ciência e na formulação de políticas públicas e leis.
Os dados da 17ª edição do Atlas são “muito preocupantes e assustadores, com um aumento muito grande do desmatamento”. No ano passado, afirma o diretor, foram detectados 21.642 hectares de “Mata Atlântica derrubada, desses fragmentos mais ricos”. Isso significa, de acordo com Pinto, que são perdidos dois hectares e meio por hora, um aumento de 66% em relação a 2019-2020 (13.053 hectares) e de 90% em relação a 2017-2018, quando foi atingido o menor valor de desflorestamento (11.399 hectares).
A maior parte do desmatamento, 89%, concentra-se nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. “Se a gente conseguir resolver o desmatamento nesses Estados, resolve 90%.”
A iniciativa do Atlas surgiu, em 1989, em colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com o objetivo de “mapear os fragmentos da Mata Atlântica, o quanto tinha sobrado”. Esse mapeamento, atualmente, é feito por meio de satélite, que “enxerga todos os fragmentos acima de três hectares, em bom estágio de conservação”. Além disso, a SOS Mata Atlântica empreende esforços para o “fortalecimento das áreas protegidas, das Unidades de Conservação e a criação de novas áreas protegidas”.
Ambiente é o Meio